Desafios e Avanços no Combate ao Diabetes no Acre
Segundo dados da pesquisa Vigitel de 2021, o Brasil enfrenta um alarmante aumento no número de adultos convivendo com o Diabetes, totalizando 16,8 milhões de casos. No estado do Acre, a taxa de prevalência da doença atinge cerca de 7%. Diante desse cenário, torna-se essencial compreender a complexidade do Diabetes e as medidas necessárias para seu controle e prevenção.
A médica angiologista Ângela Vasconcelos, especialista em ecografia vascular e cirurgiã vascular, destaca que o Diabetes é uma condição que pode desencadear complicações ao longo da vida. Ela ressalta que tais complicações não se manifestam imediatamente, mas surgem de 7 a 10 anos após o diagnóstico. Entre as complicações mais preocupantes estão a retinopatia, nefropatia, coronariopatia, arteriopatia e neuropatia, sendo esta última a principal causa de amputações não traumáticas em escala global.
A doença, conhecida como Diabetes Mellitus, resulta da deficiência de insulina ou da incapacidade da insulina agir eficazmente no organismo. Isso resulta em níveis elevados de açúcar no sangue, levando à hiperglicemia. A especialista Ângela Vasconcelos explica que existem dois tipos principais de Diabetes: o Tipo I, que geralmente se manifesta desde a infância e requer a administração de insulina, e o Tipo II, mais comum em adultos e frequentemente associado a fatores como obesidade e sedentarismo.
A Associação Americana de Diabetes lista fatores de risco, como sedentarismo, histórico familiar da doença, obesidade, sobrepeso e aumento do consumo de carboidratos e álcool. A Dra. Ângela Vasconcelos enfatiza a importância do diagnóstico precoce através da medição da glicemia, especialmente para aqueles que apresentam fatores de risco.
Apesar dos avanços tecnológicos no tratamento das complicações relacionadas ao Diabetes no Acre, a médica destaca a necessidade de fortalecer os cuidados primários de saúde. A implementação de centros de referência para o tratamento da doença se apresenta como uma lacuna a ser preenchida, garantindo uma abordagem multidisciplinar para os pacientes.
O tratamento do Diabetes envolve tanto abordagens medicamentosas quanto não medicamentosas. A Dra. Ângela Vasconcelos destaca a importância dos medicamentos, incluindo as novas opções que ampliam as possibilidades de controle da doença. Além disso, a adoção de ajustes na alimentação e o controle do peso desempenham papéis fundamentais, podendo em alguns casos ser a principal forma de tratamento e até dispensar a necessidade de medicamentos.
Diante do crescente desafio representado pelo Diabetes, é imperativo que a sociedade e as autoridades de saúde se mobilizem para implementar medidas preventivas, oferecer acesso a tratamentos adequados e promover uma abordagem integrada para aqueles que convivem com a doença. Somente assim poderemos enfrentar esse problema de saúde pública com eficácia e proporcionar uma melhor qualidade de vida para os afetados pelo Diabetes no Acre e em todo o Brasil.