quinta-feira, novembro 30, 2023
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Orgasmo: saiba tudo sobre a reação do nosso corpo ao prazer sexual

Orgasmo: uma resposta natural do nosso corpo aos momentos de prazer, mas que, ainda assim, é tratado como tabu, principalmente quando falamos de prazer feminino. Uma pesquisa feita em março de 2023 pela agência Hibou, especializada em monitoramento de mercado e consumo, apontou que:

 

  • a cada 10 mulheres, 3 não estão satisfeitas com a vida sexual;
  • 42% das entrevistas afirmam ter dificuldade de atingir um orgasmo;
  • 79% afirmam já ter fingido um orgasmo.

Por isso, o Dia Mundial do Orgasmo, celebrado neste 31 de julho, deve ser marcado como uma data para promover conscientização sobre a importância de ter uma vida sexual saudável.

Orgasmo: saiba tudo sobre a reação do nosso corpo ao prazer sexual — Foto: Pexels

Orgasmo: saiba tudo sobre a reação do nosso corpo ao prazer sexual — Foto: Pexels

O que é um orgasmo? Como ele acontece?

O orgasmo é uma das fases da resposta sexual, em que há intenso prazer físico mediado pelo sistema nervoso autônomo, com contrações rápidas e involuntárias da musculatura do assoalho pélvico, seguidas de um período refratário de relaxamento, define a sexóloga Giovanna Fornasari.

 

“Existe um estímulo que vai para o cérebro e o cérebro manda uma mensagem. Que mensagem? Primeiro, uma resposta de liberação de adrenalina, pode ser respiração ofegante, contração muscular. Essa contração acontece, inclusive, na região genital”, esclarece a sexóloga Cátia Damasceno.

 

“Segundo, vem uma liberação de endorfina, que é a hora que traz o relaxamento, a bradicardia, a respiração volta a ficar mais tranquila e traz uma sensação muito boa de bem-estar. Isso é orgasmo e como ele acontece”, completa.

 

Como reconhecer um orgasmo?

Giovanna enumera algumas das sensações que seu corpo pode experimentar durante um orgasmo:

 

  1. Os mamilos enrijecem e ficam mais sensíveis;
  2. A respiração fica mais ofegante;
  3. Os batimentos cardíacos ficam mais acelerados;
  4. A vulva fica inchada e mais rosada;
  5. A vagina e ânus se contraem involuntariamente;
  6. A temperatura corporal aumenta;
  7. A lubrificação vaginal fica mais intensa;
  8. Ocorrem espasmos involuntários no corpo;
  9. A pupila dilata;
  10. O clítoris fica mais durinho e sensível.

 

Orgasmo: saiba tudo sobre a reação do nosso corpo ao prazer sexual — Foto: Pexels

Orgasmo: saiba tudo sobre a reação do nosso corpo ao prazer sexual — Foto: Pexels

Segundo a sexóloga, não é incomum que mulheres tenham dúvidas se “chegaram lá”: “Como o orgasmo é um misto de sensações, ele pode ser difícil de ser definido.”

Para saber se o que você sentiu é um orgasmo, é simples, segundo Cátia: “Você vai sentir uma sensação gostosa, seguida de coração batendo muito rápido, a respiração ficando mais ofegante. Você vai ter uma contração muscular e logo depois um relaxamento total, uma sensação de bem-estar.”

 

Segundo ela, cada pessoa reage de um jeito diferente durante um orgasmo: “Tem gente que grita, tem gente que não grita. Tem gente que sua, tem gente que não sua. Tem gente que pega o primeiro objeto que tem e começa a se contrair todinha. Tem gente que treme as pernas…”

“Se você não sentiu nenhuma dessas sensações ainda na sua vida, pode ser que esteja lhe faltando permissão para o orgasmo chegar. Muitas mulheres têm medo de gozar. Quanto mais autoritária a mulher, mais dificuldade ela tem de chegar ao orgasmo, porque ela tem medo de perder o controle na hora do orgasmo. Então, por serem muito controladoras, não se permitem o orgasmo. É interessante falar sobre isso.”

 

Existem diferentes tipos de orgasmo?

“Sim, existem diversos tipos”, explica Cátia. “Tem o orgasmo vaginal, clitoriano, anal, mamário. Até orgasmos por vias auditivas, como o ASMR, que pode trazer orgasmos pra pessoa. Orgasmos através de leitura, juntamente com estímulo…”

 

Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse — Foto: Unsplash/Reprodução

Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse — Foto: Unsplash/Reprodução

Giovanna Fornasari explica detalhadamente 12 deles:

 

  • Orgasmo Clitoriano: este é um dos mais conhecidos tipos de orgasmo. Pessoas com vulva e que têm clitóris – cuja única função é dar prazer.
  • Orgasmo Vaginal: o orgasmo vaginal, também conhecido como Orgasmo do ‘Ponto G’, acontece quando há o estímulo do clítoris dentro do canal vaginal – nosso clitóris tem 4 “perninhas” internas que não vemos, a junção dessas “perninhas” são conhecidas como ponto G.
  • Orgasmo Combinado: é quando uma pessoa chega ao clímax do prazer com estímulos em zonas erógenas diferentes. Estímulos simultâneos no clitóris e no mamilo, por exemplo, podem resultar em um orgasmo combinado.
  • Orgasmos Múltiplos: ao contrário do anterior, é quando estímulos diferentes originam um mesmo orgasmo, esse é mais ‘potente’, já que podem ocorrer vários orgasmos seguidos.
  • Orgasmo Anal: esse pode ser alcançado inclusive por quem não tem vulva. A melhor forma de conseguir é indo além da penetração, já que os demais estímulos na região potencializam o prazer.
  • Orgasmo em Sonhos: quem nunca teve sonhos eróticos? Pois é. É possível conseguir orgasmos sem estímulos físicos. Nesse caso, todo estímulo fica por conta do nosso cérebro – o maior órgão sexual.
  • Orgasmo Cervical: acontece no cérvix, região do colo do útero. Geralmente, é resultado de uma penetração mais profunda, com ângulos específicos que variam de corpo para corpo. Ter conhecimento do seu próprio corpo e estar com um parceiro ou parceira disposto(a) a proporcionar muito prazer é a chave para alcançar esse tipo de orgasmo.
  • Orgasmo do Ponto U (U de uretra): ele não deve ser penetrado, mas massagens com a língua ou os dedos podem revelar uma nova fonte de prazer.
  • Orgasmo do Ponto A: esse é um ponto difícil de ser ‘acessado’ porque fica no interior na vagina e não se trata de uma parte específica do corpo. Fica na parte frontal da vagina (em direção ao umbigo) e um estímulo nessa região pode proporcionar orgasmos mais intensos do que no ponto G, por exemplo.
  • Orgasmo dos Mamilos: sim, é possível ter um orgasmo com estímulos nos mamilos. Já existem relatos de pesquisadores de que o estímulo nessa região ativa uma área do cérebro conhecida como córtex sensitivo genital – a mesma área ativada quando há estímulo da região genital, por exemplo.
  • Orgasmo nos Esportes: há relatos de mulheres que ‘chegaram lá’ fazendo abdominais ou levantando pesos, por exemplo.
  • Resposta Sexual Expandida (ESR): esse pode ser considerado o “suprassumo” dos orgasmos. A comunidade científica ainda não conseguiu explicar exatamente esse ‘fenômeno’, mas acredita-se que ele esteja relacionado a ativação simultânea de quatro nervos diferentes. Isso proporciona orgasmos múltiplos, mas mais intensos e duradouros – uma experiência ‘fora do corpo’.

 

Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse — Foto: Pexels

Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse — Foto: Pexels

Qual a importância do orgasmo para uma vida sexual saudável?

Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas, que são neurotransmissores que têm propriedades analgésicas e podem reduzir o estresse, explica Giovanna. Além disso, ele aumenta a circulação sanguínea e a oxigenação, o que pode melhorar a saúde cardiovascular.

 

“Estudos também mostram que o orgasmo pode ajudar a melhorar a qualidade do sono, reduzir a ansiedade e até mesmo fortalecer o sistema imunológico”.

Quando temos um orgasmo, ficamos plenos de substâncias “do bem”, ressalta Cátia Damasceno:

 

“Tem a liberação de hormônios de adrenalina, de endorfina, de serotonina, ocitocina… Tudo isso ajuda a combater sentimentos de tristeza, ansiedades e angústias”.

 

“Uma boa dose de orgasmo faz bem até mesmo para a nossa saúde mental. E faz com que a gente tenha uma fisiologia mais saudável, porque quando temos orgasmos, temos uma contração muscular genital e essa contração é excelente para fortalecer ali a nossa musculatura pélvica”, completa a sexóloga:

 

A falta pode afetar a saúde mental? Ou a autoestima?

Segundo Cátia Damasceno, é importante que as pessoas tenham maneiras de trazer esses hormônios para o corpo. Se ela está há muito tempo sem ter relações sexuais, é importante que ela encontre uma “válvula de escape”: “Pode ser através de uma atividade física prazerosa. Mas se ela não tem nenhuma fonte, o corpo vai acabar ficando sem. E isso vai deixando a pessoa cada vez mais debilitada, mais triste.”

 

A falta de prazeres sexuais podem afetar, inclusive, outras áreas da vida, como a financeira e profissional — Foto: Pexels/Reprodução

A falta de prazeres sexuais podem afetar, inclusive, outras áreas da vida, como a financeira e profissional — Foto: Pexels/Reprodução

O que também pode afetar a autoestima, de acordo com a sexóloga, é quando uma pessoa está tendo relações sexuais, mas não atinge o orgasmo:

 

“Pode acontecer uma cobrança dela com ela mesmo ou uma cobrança do parceiro. Isso pode acabar, sim, afetando a autoestima.”

 

Giovanna explica que a falta de prazeres sexuais podem afetar, inclusive, outras áreas da vida, como a financeira e profissional: “A pessoa pode ficar sem ânimo para trabalhar, aceitar uma chefia abusiva, ou trabalhos inferiores a sua capacidade real…”

 

“Acham que esse problema fica escondido na calcinha e que ninguém vai saber que você tem, mas não é bem assim.”

 

Como guiar meu parceiro para que ele me dê prazer?

As duas especialistas concordam que a melhor maneira de fazer isso é se AUTOCONHECENDO.

“Você já sabe como sentir prazer sozinha? Você gosta mais rápido, mais devagar, gosta com penetração, sem penetração, pra direita, pra esquerda, gosta de cima pra baixo, de baixo pra cima? A gente tem que primeiro saber como é que a gente gosta”, questiona Cátia.

 

“Descobrindo isso, você pode se comunicar e exercer a intimidade com o(a) parceiro(a). Mostra na hora do sexo como você gosta e como não gosta (falando quando estiver bom e mudando de posição quando não estiver)”, completa Giovanna.

Não consigo chegar lá com penetração. Quais outros métodos?

Segundo as especialistas, palavra de ordem aqui é: clítoris.

 

“Use o seu lindo, absoluto e incrível clítoris. A única função do clítoris é nos trazer o prazer, o orgasmo. Bora usar e abusar”, diz Cátia.

Giovanna ainda adiciona dois companheiros ao clitóris: “Estimule o clítoris, mamilos e/ou região anal e faça fisioterapia pélvica para ter mais consciência da sua região íntima.”

 

Como guiar meu parceiro para que ele me dê prazer? A melhor maneira de fazer isso é se AUTOCONHECENDO. — Foto: Pexels

Como guiar meu parceiro para que ele me dê prazer? A melhor maneira de fazer isso é se AUTOCONHECENDO. — Foto: Pexels

Fonte: gshow

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