Com a expectativa de que cerca de 50 mil pessoas visitem os cemitérios de Rio Branco neste Dia de Finados, o comércio ambulante no entorno das necrópoles vive seu dia de maior movimento no ano. De flores e velas a lanches rápidos e água gelada, a chamada “economia da saudade” garante uma renda extra crucial para dezenas de famílias.
A Prefeitura da capital acreana realiza o ordenamento dos espaços, garantindo que os vendedores cadastrados possam atuar de forma organizada e segura, especialmente nas áreas externas do Cemitério São João Batista e do Jardim da Saudade, os mais movimentados.
Na entrada do Cemitério São João Batista, a correria é o ritmo da manhã. Entre as várias bancas que vendem arranjos de flores artificiais e naturais, velas e vasos decorativos, está a barraca de Dona Raimunda da Silva, de 62 anos, que há 15 anos garante seu sustento no feriado.
Com os olhos cansados da madrugada de trabalho, mas cheios de otimismo, Dona Raimunda ajeita uma pilha de margaridas de plástico e crava a sua aposta:

💬 “Investi todo o meu dinheiro e o do meu marido nesse Finados. Para mim, essa data não é só de saudade, é o meu 13º salário. A gente espera vender tudo, do último arranjo à última velinha. Ano passado foi difícil por causa da chuva, mas hoje o céu está limpo. O movimento já está bom desde cedo. Se Deus quiser, vamos fechar o dia com, pelo menos, R$ 2.000 no bolso para botar comida na mesa o resto do mês!”
O preço dos produtos varia bastante. Segundo os ambulantes, é possível encontrar arranjos simples a partir de R$ 10 e flores mais elaboradas, como os buquês de lírios ou crisântemos artificiais, por até R$ 70.
🥤 Lanches e Hidratação: O Conforto na Rota da Homenagem
Além das flores, a venda de alimentos e bebidas é impulsionada pelo clima e pelo longo tempo que os visitantes passam nos cemitérios. O forte calor amazônico, mesmo com a previsão de estabilidade, torna a água mineral, refrigerantes e água de coco itens de alta demanda.
Trailers e bancas de lanches rápidos, como sanduíches, salgados e espetinhos, também estão estrategicamente posicionados nas áreas permitidas pela prefeitura, oferecendo conforto aos milhares de visitantes que chegam desde o início da manhã.
A expectativa do comércio informal é de que a grande circulação de pessoas, impulsionada pelo forte apego cultural do Finados, reverta em um faturamento robusto, compensando a baixa dos dias comuns.












