Há quem chame de “suicídio político” a tentativa do deputado federal Eduardo Velloso (União Brasil), em seu primeiro mandato, de abrir mão da reeleição para disputar uma das duas vagas ao Senado Federal pelo Acre em 2026. O parlamentar, no entanto, prefere chamar a jogada de ousadia.
E ousado ele é mesmo. Para alcançar o objetivo, Velloso terá de enfrentar pesos pesados da política acreana, como os senadores Márcio Bittar (PL) e Sérgio Petecão (PSD), além do ex-senador e ex-governador Jorge Viana (PT) e da ex-deputada federal Mara Rocha (Republicanos) — todos com trajetória consolidada e pré-candidaturas já confirmadas.
“Não tenho medo. Se eu tivesse medo, não iria. Nós temos trabalho, realizações e entrega. E acredito que a população irá reconhecer isso e entender que nós podemos fazer mais no Senado”, declarou Velloso em entrevista recente a uma emissora local.
Apesar do risco, há estratégia política por trás da decisão. Enquanto Márcio Bittar ainda não confirma se apoiará a pré-candidata ao governo Mailza Assis (PP), Velloso aparece como a aposta do Palácio Rio Branco para a segunda vaga ao Senado, em dobradinha com o governador Gladson Cameli (PP), que deve disputar a reeleição com altos índices de aprovação.
Com o PP e o União Brasil unidos em federação, a aliança tende a ser uma das mais fortes na disputa nacional de 2026. O oftalmologista aposta justamente na transferência de votos do governador para turbinar sua candidatura.
👀 Mas há uma pedra no caminho.
Caso Bittar decida apoiar Mailza Assis, o cenário muda completamente. O governo estadual conta com esse apoio para fortalecer a candidatura da atual vice-governadora e enfraquecer o prefeito Tião Bocalom (PL), possível nome na disputa pelo governo — e aliado recente de Bittar.
O articulador político do Palácio Rio Branco, Luiz Calixto, já deixou claro que o apoio a Mailza será prioridade:
“Precisamos de pessoas firmes e comprometidas com a campanha da governadora. Se Bittar não se posicionar, vamos apoiar outro nome ao Senado que esteja alinhado com ela”, disse Calixto, em outubro.
Em resumo, o destino político de Eduardo Velloso depende diretamente das decisões de Bittar e Bocalom. Com o calendário eleitoral se aproximando e 2026 batendo à porta, as definições devem ocorrer até o meio do próximo ano.











