Quase metade da população adulta do Acre tem dívidas, com valor médio de R$ 1,5 mil

Um estudo recente da plataforma Pagou Fácil, ligada à financeira Paschoalotto, revelou que cerca de 4,5 a cada 10 acreanos enfrentam algum tipo de dívida. O valor médio das pendências no estado gira em torno de R$ 1.500 por pessoa. Esse índice coloca o Acre dentro da média nacional, onde aproximadamente 46,6% dos brasileiros adultos estão inadimplentes.

A pesquisa, que utilizou dados próprios e informações de instituições como o Serasa, mostra que em março de 2025 o Brasil contava com 75,7 milhões de pessoas com dívidas em aberto. Em relação ao mesmo mês de 2024, houve um acréscimo de 2,8 milhões de inadimplentes — um crescimento de 3,8%.

É importante destacar que o estudo considera inadimplente qualquer pessoa com dívida ativa, mesmo que o nome não esteja registrado nos órgãos de proteção ao crédito como o SPC ou o Serasa.

Quando se observa os dados por estado, o Amapá lidera o ranking nacional de inadimplência, com 61,8% da população adulta endividada. Em seguida aparecem o Distrito Federal (60,1%), Rio de Janeiro (55,6%), Amazonas (54,5%), Mato Grosso do Sul (54,1%), Tocantins (51%), Roraima (50,8%), Mato Grosso (50,15%) e Goiás (50,12%). O Acre figura entre os estados com taxas acima de 45%.

Na outra ponta, os estados com os menores índices de inadimplência estão nas regiões Sul e Nordeste, com destaque para Santa Catarina, que tem o menor percentual do país: 36,52%. Piauí (37%), Espírito Santo (41,5%) e Rio Grande do Sul (41,6%) completam a lista com os menores números.

O levantamento também aponta que o valor médio das dívidas no Brasil é de R$ 1.588, somando um total de R$ 438 bilhões — um aumento de 13% em comparação com março de 2024.

Segundo avaliação do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste da FGV Ibre (Fundação Getulio Vargas), o nível de endividamento tende a crescer, mantendo-se elevado desde o início da pandemia. A inflação acumulada em 12 meses, que chegou a 5,53% em abril, os juros básicos elevados para 14,75% — maior taxa em quase duas décadas — e a desaceleração da economia agravam a situação financeira das famílias, dificultando a quitação das dívidas.

Entre os principais tipos de débitos, os mais comuns estão relacionados a bancos e cartões de crédito (28,5%), seguidos por contas essenciais como água, luz e gás (20,6%), serviços diversos (19,1%) e financeiras (11,2%). O cartão de crédito tem sido cada vez mais usado como alternativa de renda por muitas famílias brasileiras.

Outro dado relevante vem da pesquisa “Raio X do Investidor Brasileiro”, realizada pela Anbima em parceria com o Datafolha: cerca de 23 milhões de brasileiros investem em apostas (bets), número superior aos que aplicam em CDBs (10 milhões) ou fundos de investimento (9 milhões).

No total, o montante das dívidas dos brasileiros ultrapassa os R$ 438 bilhões, refletindo um cenário de dificuldades econômicas e pressão sobre o orçamento das famílias em todo o país.

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