O estado do Acre foi beneficiado com um aporte de R$ 24 milhões por meio de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos serão direcionados ao fortalecimento da agricultura familiar, incentivo à produção local e melhoria da alimentação escolar em comunidades tradicionais e indígenas.
O anúncio foi feito durante a 15ª reunião anual da Força-Tarefa de Governadores pelo Clima e Florestas (GCF Task Force), realizada em Rio Branco entre os dias 19 e 23 de maio. O evento contou com a participação da ministra Marina Silva (MMA), da diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, além de governadores e vice-governadores da Amazônia Legal.
O investimento, proveniente do Fundo Amazônia, será inicialmente aplicado no projeto “Acre na Escola: comida saudável e sustentável”, que beneficiará seis municípios acreanos: Xapuri, Capixaba, Feijó, Tarauacá, Mâncio Lima e Marechal Thaumaturgo. A iniciativa será executada pela ONG SOS Amazônia, com apoio da Comissão Pró-Indígenas do Acre (CPI-AC), que atuará em cinco terras indígenas.
De acordo com Thayna Souza, coordenadora técnica do projeto e líder do Programa Valores da Amazônia, a proposta é fortalecer o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), qualificando os sistemas produtivos e promovendo as cadeias locais. O projeto terá duração de quatro anos, a partir da assinatura do contrato. “Nosso objetivo é garantir segurança alimentar com alimentos saudáveis, variados e respeitando a cultura alimentar local. Não é criar um novo sistema de compra, mas fortalecer os já existentes”, explicou.
PAA injeta mais de R$ 7 milhões em comunidades indígenas e agricultores familiares no Acre
Outra iniciativa que tem gerado impacto positivo no estado é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), reativado no Acre em 2023. Desde fevereiro de 2024, mais de R$ 7 milhões já foram investidos, com recursos do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
Coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), por meio da Divisão de Apoio à Produção Familiar, o programa adquire alimentos diretamente de produtores locais e os destina a instituições de saúde e assistência social. Em apenas quatro meses, 133 instituições foram atendidas em 21 municípios acreanos. “O pagamento é feito diretamente na conta do produtor, sem taxas ou descontos, o que garante segurança e previsibilidade para os agricultores”, destacou Igor Honorato, chefe da Divisão.
O programa também vem fortalecendo a economia de comunidades indígenas, como no território Katukina/Kaxinawá. Nesses locais, a política pública assegura alimentação escolar de qualidade e valoriza a produção baseada nos saberes tradicionais. “O impacto é visível no cotidiano das aldeias. Trata-se de uma política que fortalece a economia local e a segurança alimentar das comunidades”, ressaltou o secretário de Agricultura, José Luiz Tchê.