Laudo da PRF aponta erro sobre condutor em acidente com três mortes na Via Verde, dizem familiares e empresa

Flávia Alessandra – Site Amazônia Agora

O laudo pericial da Polícia Rodoviária Federal sobre o acidente que ocorreu no dia 17 de abril, na Via Verde, em Rio Branco, e que tirou a vida de três pessoas, pode ter colocado como condutor de um dos veículos um homem que nunca dirigiu.

De acordo com o relatório, a camionete Ford Ranger era conduzida por Talysson da Silva Duarte e trafegava no sentido CEASA/Amapá, quando numa curva, ficou sem controle, ultrapassou seu sentido na pista e atingiu “de lado” três motos: uma moto Yamaha Factor dirigida por Raiane Xavier Lima; uma moto Honda CG dirigida por Fábio Farias de Lima, com uma carretinha engatada; e uma moto Honda CG que teve como suposto condutor Macio Pinheiro da Silva, e como passageiro Carpegiane de Freitas Lopes. Todos os três ocupantes das duas últimas motos atingidas morreram.

Shirley Fernandes, sobrinha de Macio Pinheiro, disse ao Amazônia Agora nesta quarta-feira (28) que o tio nunca dirigiu moto ou carro, e que inclusive tinha medo da direção. “Nunca dirigiu, nem bicicleta sabia dirigir. Ele tinha medo até de ser passageiro em moto. Quem estava dirigindo a moto era o Carpegiane”, afirmou. Para ela, o suposto equívoco da perícia indica que o laudo pode ter sido confeccionado sem o estudo adequado: “Literalmente um laudo feito por pessoa inexperiente, que não averiguou a cena e colocou o que achou que tinha acontecido”, opinou.

Luiz Ivan, diretor da empresa de segurança VIP, onde as três vítimas fatais trabalhavam, também reforçou que Macio não dirigia no momento do acidente, ressaltando ainda que imagens capturadas pelo sistema de monitoramento da empresa mostram que Macio saiu da firma como garupa de Carpegiane. “Eu era superior direto deles. Macio não pilotava moto, não tinha habilitação e nunca teve autorização pra dirigir. Inclusive as imagens das câmeras de segurança mostram Macio saindo na garupa”, disse.

Em resposta à solicitação de esclarecimento feita pelo Amazônia Agora, a assessoria de imprensa da PRF sugeriu que os ocupantes da moto podem ter trocado de posição após a saída da empresa. “Se tem essa imagem da saída da empresa, não significa que os ocupantes continuaram todo o trajeto na mesma configuração. O que a equipe de local verificou através da análise da dinâmica do acidente é que o Macio era o condutor. Se a empresa VIP quiser tentar fazer alguma retificação ou reparo no relatório, é um fato que tem que ser colocado, mas isso não implica na causa do acidente”, esclareceu.

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