O site Amazônia Agora acompanhou a sessão desta quarta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), marcada por um pronunciamento enfático do deputado estadual Luiz Gonzaga (PSDB), primeiro-secretário da Casa. O parlamentar saiu em defesa do secretário de Educação, Aberson Carvalho, e rebateu críticas relacionadas às condições das escolas rurais no estado.
A fala de Gonzaga ocorreu após o desembargador Luís Camolez, do Tribunal de Justiça, ter suspendido a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que determinava o afastamento cautelar de Aberson. O parlamentar utilizou a tribuna para relembrar sua trajetória como estudante da zona rural e apontar avanços na área da educação durante a gestão do atual secretário.
“Quando eu era criança, morava no Seringal Valparaíso. Tive meus primeiros momentos de aula em uma escola muito simples, sem parede, mas com assoalho, porque era uma área alagadiça. Foi ali, mesmo com todas as dificuldades, que comecei minha jornada e hoje estou aqui”, declarou Gonzaga.
Em tom bem-humorado, o deputado compartilhou lembranças de como aprendeu matemática: “Aprendi a tabuada na base da palmatória. E quero dizer que aprendi muito rápido. Matemática se tornou minha melhor matéria graças àquele momento que vivi”, relatou.
Ao comentar a polêmica recente envolvendo uma escola improvisada no município do Bujari, mostrada em reportagem do programa Fantástico, Gonzaga alegou que o funcionamento da unidade se deu por pressão da comunidade local, mesmo com objeções da secretaria municipal. “Naquela reportagem, a própria secretária do Bujari era contra que a escola funcionasse no local. Mas os pais pressionaram. Hoje dizem que o lugar é um curral — era mesmo. Mas estão mudando as coisas, isso também está na matéria. Você vê que tem chão batido, tem cadeira, tem cozinha”, afirmou.
O parlamentar ressaltou ainda que os desafios na educação rural não são exclusivos da atual gestão. “Isso vem de todos os governos. Está aqui: ensino no Acre avança na gestão Aberson Carvalho. E quem diz isso não sou eu, é o Ministério da Educação”, disse, citando dados que mostram a evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no Acre.
De acordo com Gonzaga, o IDEB do ensino fundamental era de 3,8 em 2007, durante o governo Binho Marques (PT), e 4,7 no início da gestão de Sebastião Viana (PT). Em 2023, já sob a gestão do governador Gladson Cameli (PP) e do secretário Aberson Carvalho, o índice chegou a 6,1, quase o dobro em comparação ao início da série histórica apresentada.
Ao final de seu discurso, o deputado pediu responsabilidade nas críticas dirigidas à atual gestão. “Concordo que a educação precisa melhorar, e muito. Mas não vamos dizer que esses problemas começaram agora. Eu acompanho isso desde 1999. Já vi muitos governos passarem por aqui. Vamos levar o debate com mais seriedade”, concluiu.