Onda de calor na Europa: Barcelona registra o junho mais quente em mais de 100 anos e França tem mais de mil escolas fechadas

Barcelona, na Espanha, teve o mês de junho mais quente da história em mais de um século, segundo o serviço meteorológico nacional. A chegada do verão europeu vem dando sinais de eventos extremos, com ondas de calor que superam as máximas já vistas. Na França mais de 1.300 escolas foram fechadas por causa dos extremos de calor, segundo a agência Reuters.

Barcelona costuma ser poupada do pior calor da Espanha, graças à sua localização entre colinas e o Mediterrâneo, no canto nordeste da Espanha. Mas a maior parte do país foi atingida pela primeira onda de calor do ano.

No observatório Can Fabra, localizado em uma colina com vista para Barcelona, apontou que a cidade chegou a uma máxima diária de 37,9°C nesta segunda-feira (30), o que é um recorde.

A Europa tem sofrido com temperaturas extremas desde a última semana.

Na França, a situação é preocupante, com a agência meteorológica nacional emitindo alerta vermelho máximo para várias regiões, incluindo Paris. Temperaturas extremas, chegando a 40°C na capital são esperadas e mais de 1.300 escolas foram total ou parcialmente fechadas por causa dos extremos de calor – m aumento significativo em relação às cerca de 200 de segunda-feira, informou o Ministério da Educação.

Pontos turísticos icônicos também foram afetados: visitantes sem ingressos para a Torre Eiffel foram aconselhados a adiar a visita, e o topo do monumento permaneceu fechado até quinta-feira (26), segundo a agência Associated Press.

O Mar Mediterrâneo estava até 6 graus Celsius mais quente do que o normal para a época do ano, atingindo um recorde de até 30°C no Mar Balear, na Espanha, à medida que uma cúpula de calor aprisionava o ar quente acima da Europa, informou o órgão meteorológico Aemet do país.

A Europa é o continente de aquecimento mais rápido do mundo, esquentando o dobro da média global, de acordo com o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da UE, fazendo com que as ondas de calor extremas ocorram mais cedo no ano e persistam nos meses posteriores.

Onda de calor toma conta da Europa — Foto: AP

Onda de calor toma conta da Europa — Foto: AP

O Instituto de Meteorologia da França, o Météo-France, também alertou para um risco elevado de incêndios florestais, agravado pelo solo seco, pela falta de chuvas em junho e pelo aumento recente da temperatura.

O calor extremo também aumentou o risco de incêndios nos campos, no momento em que os agricultores da França, o maior produtor de grãos da União Europeia, começam a colher a safra deste ano.

Temperaturas afetam 17 das 27 principais cidades da Itália

 

Mais ao sul, na Itália, as temperaturas têm afetado 17 das 27 principais cidades da Itália.

Portugal também registrou recorde histórico de temperatura para o mês de junho, atingindo 46,6°C. A marca foi confirmada pela agência meteorológica nacional.

Embora as condições estejam começando a melhorar em algumas partes e Lisboa tem previsão de 33°C, o que é uma temperatura típica para a época. Apesar disso, algumas áreas no interior ainda podem registrar picos de 43°C, e recordes de temperatura para junho foram quebrados em duas localidades no dia 29 de junho.

Especialistas em clima alertam que os verões futuros na Europa serão ainda mais quentes. Projeções indicam que, até 2100, a França poderá registrar um aumento de até 4°C em suas temperaturas médias, com picos acima de 40°C anualmente e, potencialmente, chegando a 50°C. O continente pode enfrentar um aumento de dez vezes no número de dias de ondas de calor até o final do século.

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