Contas públicas têm déficit de R$ 47,1 bilhões em junho; dívida avança para 76,6% do PIB

As contas do setor público consolidado apresentaram um déficit primário de R$ 47,1 bilhões em junho deste ano, informou o Banco Central nesta quinta-feira (31).
🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se o contrário acontece, o resultado é de superávit primário.
🔎O resultado não leva em conta o pagamento dos juros da dívida pública, e abrange o governo federal, os estados, municípios e as empresas estatais.
Segundo o Banco Central (BC), houve melhora na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 40,8 bilhões.
Esse também foi o pior resultado, para junho, desde 2023, mês em que houve um déficit de R$ 48,9 bilhões. Os valores não foram ajustados pela inflação.
Veja abaixo o desempenho que levou ao déficit das contas em junho deste ano:
governo federal registrou saldo negativo de R$ 43,5 bilhões;
estados e municípios tiveram saldo deficitário de R$ 954 milhões;
empresas estatais apresentaram déficit de R$ 2,61 bilhões.
Primeiro semestre
No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 22 bilhões — o equivalente a 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB).
Com isso, houve uma melhora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um saldo negativo de R$ 43,5 bilhões (0,77% do PIB).
No caso somente do governo federal, o resultado ficou negativo em R$ 12,3 bilhões na parcial deste ano, informou o BC, contra um déficit de R$ 70,6 bilhões nos seis primeiros meses de 2024.
A melhora no resultado das contas do governo está relacionada, também, à redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais), que somaram R$ 31,4 bilhões pelo governo federal.
Em 2024, os valores de precatórios se concentraram em fevereiro. Neste ano, ainda não houve concentração desses pagamentos.
O Tesouro Nacional informou que a melhora nas contas do governo refletia a “diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025”.
Para este ano, a meta fiscal do governo federal é de zerar o rombo das contas públicas.
Mas, pelas regras do arcabouço fiscal, que reúne as regras de equilíbrio para as contas públicas, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
Após despesas com juros
Quando se incorporam os juros da dívida pública na conta – no conceito conhecido no mercado como resultado nominal, utilizado para comparação internacional –, houve déficit de R$ 108,1 bilhões nas contas do setor público em junho.
➡️No acumulado em doze meses até junho, foi registrado um resultado negativo (déficit) de R$ 894 bilhões, ou 7,3% do PIB.
🔎Esse número é acompanhado com atenção pelas agências de classificação de risco para a definição da nota de crédito dos países, indicador levado em consideração por investidores.
O resultado nominal das contas do setor público sofre impacto do resultado mensal das contas, das atuações do BC no câmbio, e dos juros básicos da economia (Selic) fixados pela instituição para conter a inflação.
Segundo o BC, as despesas com juros nominais somaram R$ 912 bilhões (7,45% do PIB) em doze meses até junho deste ano.

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