“Nas principais é tapete; nas travessas, abandono”: periferias de Rio Branco relatam buracos, esgoto a céu aberto e canos estourados

Levantamento aponta forte desaprovação à gestão municipal; moradores de Chico Mendes, Eldorado, Vale do Açaí e Parque dos Sabiás descrevem rotina de riscos e prejuízos

Rio Branco — Em ruas vitrine, o asfalto novo desliza. Nas travessas e becos das periferias, prevalecem lama, crateras e valetas de esgoto a céu aberto. Esse é o retrato que emerge de uma enquete online feita na página do portal Amazônia Agora e de relatos colhidos nos bairros Chico Mendes, Eldorado, Vale do Açaí e Parque dos Sabiás, onde moradores descrevem um cotidiano de interrupções de água, canos estourados e vias intransitáveis em dias de chuva.

Nota de transparência: a enquete é não científica (sem amostra probabilística nem margem de erro) e reflete a opinião de quem respondeu espontaneamente.

O que diz a enquete (não científica)

Pergunta 1 — “Qual sua avaliação para a administração do prefeito Tião Bocalom?”

  • Péssima: 70%
  • Ruim: 15%
  • Regular: 6%
  • Boa: 9%

Pergunta 2 — “Você votaria em Bocalom para o Governo do Acre?”

  • Não: 75%
  • Sim: 25%

Vozes dos bairros

Chico Mendes — “Aqui a gente bota galho e até placa pra desviar de buraco. Quando chove, vira armadilha pra moto e bicicleta. Prometeram arrumar, mas só passaram na avenida.”Maria das Dores, 46, ambulante, moradora da Rua Hidelbrando de Sousa.

Eldorado — “Recapearam a rua principal que nem buraco tinha e deixaram as transversais destruídas. Caminhão do gás não entra, aplicativo cancela corrida. A conta do prejuízo sobra pra gente.”Iara Gomes, 34, técnica de enfermagem, Travessa Manaus.

Vale do Açaí — “Tem cano estourado há semanas. A água corre dia e noite, mistura com lama, esgoto volta pelos bueiros. Criança vive doente, e a gente, com medo de cair.”Rogério Silva, 29, pedreiro, Rua do Castanhal.

Parque dos Sabiás — “É buraco em cima de buraco. Já quebrei amortecedor duas vezes. Quando pedimos tapa-buraco, dizem que ‘tá no cronograma’. Esse cronograma nunca chega.”Dona Elza, 61, aposentada, Travessa Bem-te-vi.

Principais queixas

  • Ruas esburacadas e lamaçal em travessas e vias secundárias, dificultando acesso de viaturas, ambulâncias e serviços essenciais.
  • Esgoto a céu aberto e retornos de esgoto em bueiros após chuvas, elevando risco sanitário.
  • Cano estourado e desperdício de água potável, com infiltrações que agravam os buracos.
  • Transporte e comércio impactados: cancelamentos de corridas por aplicativos, atraso em entregas e aumento de custos de manutenção de veículos.

O que existe de oficial

A prefeitura tem divulgado ações de pavimentação pelo programa Asfalta Rio Branco e afirma executar frentes de manutenção e recapeamento em diferentes regionais da cidade. Em reportagens recentes e comunicados oficiais, há registro de trechos recuperados e contratos para manutenção de vias — iniciativas que moradores cobram ver chegar também às transversais e becos dos bairros citados.

Contexto em imagens locais

Notícias e registros fotográficos de anos recentes mostram o problema recorrente de vias danificadas e transversais precárias, inclusive com denúncias de priorização de ruas principais enquanto travessas permanecem esburacadas, além de pontos com esgoto extravasando em bairros periféricos de Rio Branco.

O que moradores pedem

  1. Plano público e detalhado por bairro, com calendário, mapas de trechos e status das obras.
  2. Tratamento das transversais, não só das vias principais.
  3. Ações de saneamento (desobstrução, troca de redes antigas e resposta rápida a canos estourados).
  4. Canais de denúncia com retorno (protocolo, prazo e equipe responsável).

Lado da Prefeitura

O espaço permanece aberto para manifestação da Prefeitura de Rio Branco e da Emurb sobre os casos relatados e o cronograma de obras e saneamento nas áreas citadas.

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