Quem é Martin de Luca
Martin De Luca é advogado norte-americano da plataforma de vídeos Rumble e da Trump Media & Technology Group (empresa de comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump).
Ele chamou atenção após um relatório da Polícia Federal (PF) mostrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu a sua orientação sob como “reagir” ao tarifaço. De Luca não é investigado pela PF.
Para a PF, o pedido revela alinhamento do ex-presidente a interesses externos e tentativa de usar medidas de outro governo contra o Brasil em benefício próprio.
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O advogado fez um post no X sobre o relatório da PF. Ele disse que a tentativa da polícia de retratar correspondência profissional rotineira como evidência de “subordinação estrangeira” é a mais recente manobra desesperada para manter a imagem de Moraes.
De Luca fala português e trabalhou no Brasil por cinco anos. Ele representa as duas empresas de mídia em um processo contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Elas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA.
Quem é Martin De Luca
Formado em Direito em 2010 na Universidade Fordham, em Nova York (EUA), De Luca é um dos sócios do escritório norte-americano Boies Schiller Flexner.
Além dos EUA, a firma também tem filiais na Albânia e na Itália. Mas De Luca fica na sede de Nova York, onde chefia a área de Clientes Privados Internacionais. As informações estão no site do escritório.
No seu LinkedIn, Martin se descreve como sendo um “litigante experiente e consultor de confiança de indivíduos de alto patrimônio líquido, líderes políticos, empresas e governos envolvidos em disputas e investigações complexas e multijurisdicionais”.
Ele diz também que assessora líderes políticos em “estratégia de segurança nacional”.
O advogado apoiou negociações em questões relacionadas a zonas de conflito como Rússia-Ucrânia e Venezuela, diz a página de seu escritório.
Martin já foi promotor no Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em NY.
O que é o Rumble
O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual.
Lançada em 2013, ela é bastante popular entre conservadores nos EUA e já se envolveu em diversas controvérsias. Segundo o Rumble, a sua missão é “proteger uma internet livre e aberta”.
A plataforma está envolvida em disputas judiciais nos EUA junto com o Trump Media contra o ministro Alexandre de Moraes.
As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA.
A plataforma tem negócios com o grupo de comunicação de Trump e também já recebeu investimentos de pessoas próximas do republicano, inclusive o atual vice-presidente dos EUA, J.D. Vance.
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A guinada aconteceu com o episódio da invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, por apoiadores de Trump. Eles queriam impedir a cerimônia de certificação de Joe Biden, que derrotou o republicano nas eleições de 2020. O resultado era contestado por Trump, sem provas.
Por ter usado as redes sociais para incentivar a invasão no 6 de janeiro, Trump acabou suspenso das principais plataformas, após intensa pressão da opinião pública.
Saiba mais sobre o Rumble
Depois disso, e também por conta da pandemia, redes sociais como o então Twitter e o YouTube passaram a reprimir com mais frequência conteúdos que violavam suas regras, e muitos usuários migraram para outras plataformas, como o Rumble — incluindo Trump.
Em 2022, o Rumble tentou contratar um dos principais nomes dos conservadores na mídia, Joe Rogan. Com milhões de visualizações por episódio, o podcast do apresentador é um dos maiores do mundo e tem exclusividade com o Spotify.
Durante a pandemia, o Spotify sofreu pressão para punir Rogan por divulgar desinformação sobre a Covid e usar termos racistas no podcast. Foi nessa época que o CEO do Rumble fez uma oferta para o apresentador levar seu programa para a rede de vídeos.
Em outro episódio polêmico, em 2023, a plataforma se negou a atender ao Parlamento britânico e interromper a monetização do canal de Russell Brand. O comediante e ex-marido da cantora Katy Perry é acusado por quatro mulheres de uma série de agressões sexuais.
Segundo a Reuters, Pavlovski disse que, “embora possa ser politicamente e socialmente mais fácil para o Rumble se juntar a uma multidão da cultura de cancelamento”, fazer isso seria uma violação dos valores e da missão da empresa.