Dólar abre com investidores à espera de falas presidente do Fed


Mercado se assusta com críticas de Trump a Powell
O dólar abre a sessão desta sexta-feira (22) com os investidores no aguardo por falas do presidente do Banco Central americano. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Com poucos acontecimentos relevantes no cenário nacional, o foco do mercado se direciona aos Estados Unidos, onde o simpósio de Jackson Hole terá, nesta sexta-feira, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central americano..
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O discurso é muito esperado pelos investidores, já que ainda há dúvidas sobre se o banco central começará a reduzir os juros nas próximas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
🔎 Dados recentes indicam uma desaceleração da economia dos EUA, ao mesmo tempo em que a inflação segue preocupando. Diante desse cenário contraditório, integrantes do Fed têm reforçado a importância de manter uma postura cautelosa.
▶️ No Brasil, continuam em destaque as tensões envolvendo o governo dos EUA. Na quarta-feira, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por tentativa de intimidar autoridades ligadas ao processo sobre o golpe de Estado.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
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Acumulado da semana:+1,47%;
Acumulado do mês: -2,20%;
Acumulado do ano: -11,36%.
📈Ibovespa

Acumulado da semana: -1,34%;
Acumulado do mês: +1,08%;
Acumulado do ano: +11,83%.
Jair Bolsonaro e seu filho são indiciados
A Polícia Federal indiciou, na noite de ontem, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), de tentarem pressionar autoridades envolvidas na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.
Segundo a PF, há indícios de que os dois agiram para atrapalhar o andamento do processo no qual Bolsonaro já é réu.
A Polícia também aponta que pai e filho podem ter cometido o crime de tentar acabar com o Estado democrático de direito. Isso porque, de acordo com o relatório, as atitudes deles tinham como alvo instituições fundamentais da democracia brasileira, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e até o Congresso Nacional.
“As mensagens demonstram que as sanções articuladas dolosamente pelos investigados foram direcionadas para coagir autoridades judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF)”, escreveu a PF.
A PF também avalia que Eduardo Bolsonaro procurou enganar e ludibriar o governo americano para atingir seus objetivos criminosos. Em várias conversas obtidas, ele teria alertado o pai para evitar que alguns comentários fossem feitos a fim de não prejudicar seu trabalho de pressão no país e irritasse o presidente norte-americano, Donald Trump.
“Torce para a inteligência americana não levar isso aqui ao conhecimento do Trump”, diz uma mensagem obtida pela PF enviada pelo deputado, que traz uma imagem, não recuperada pela perícia da polícia.
Big techs endossam críticas ao Brasil
Em mais um capítulo da investigação aberta pelos Estados Unidos contra o Brasil — a pedido de Donald Trump —, associações que representam grandes empresas americanas de tecnologia fizeram críticas ao STF, à Anatel, ao Congresso e ao sistema de pagamentos PIX.
Segundo essas associações, embora o Brasil seja um mercado relevante, o país tem adotado ou proposto medidas que dificultam a atuação de serviços digitais.
Entre as empresas representadas estão Meta, Google, Microsoft, Amazon, Apple, Nvidia e OpenAI. Já o X, rede social de Elon Musk, enviou uma manifestação separada.
No documento, a plataforma afirma que decisões da Justiça brasileira desrespeitam um acordo jurídico firmado entre Brasil e Estados Unidos, além de ameaçarem a liberdade de expressão.
O governo brasileiro respondeu ao Representante Comercial dos EUA (USTR) na segunda-feira (18), negando qualquer prática discriminatória ou restritiva ao comércio com os Estados Unidos. Segundo o comunicado, não há justificativa legal ou factual para a aplicação de sanções.
Lula lidera em todos os cenários para 2026
Em meio às tensões com os Estados Unidos, provocadas pelas novas tarifas anunciadas por Donald Trump, o presidente Lula aparece na frente em todos os cenários de primeiro e segundo turno para as eleições presidenciais de 2026.
Segundo a pesquisa Quaest divulgada hoje, Lula se distanciou dos demais nomes avaliados em simulações de segundo turno — inclusive do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com quem estava tecnicamente empatado na pesquisa anterior, feita em julho.
O levantamento considerou cinco cenários para o primeiro turno e nove para o segundo.
Testado pela primeira vez, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aparece com 32% das intenções de voto, contra 48% de Lula — uma diferença de 16 pontos.
As demais simulações também mostram vantagem para o presidente: 8 pontos sobre Tarcísio, 10 sobre Ratinho Júnior, 12 sobre Jair Bolsonaro, 13 sobre Michelle Bolsonaro , 14 sobre Romeu Zema, 15 sobre Eduardo Bolsonaro, e 16 pontos sobre Eduardo Leite e Ronaldo Caiado.
Simpósio em Jackson Hole
Com os investidores atentos à trajetória dos juros nos EUA — e esperando dois cortes ainda este ano, começando na reunião do Fomc no mês que vem — o mercado analisa a ata do Fed, divulgada ontem, e acompanha os indicadores econômicos que serão publicados ao longo do dia.
Além disso, o simpósio de Jackson Hole — que reúne autoridades monetárias de vários países — terá como destaque o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na sexta-feira. A fala dele pode influenciar as expectativas sobre os próximos passos da política de juros nos EUA.
Essa será a última participação de Powell no evento, e há expectativa de que ele traga pistas sobre os próximos passos na política de juros dos Estados Unidos.
Operadores têm apostado em uma alta probabilidade de corte na taxa já na reunião de setembro, segundo dados da LSEG. Outro corte, até dezembro, também já está praticamente incorporado às projeções.
No entanto, esse cenário pode mudar caso Powell adote um tom mais firme contra a inflação em seu discurso.
Bolsas globais
Em Wall Street, investidores seguem no aguardo do último discurso que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fará amanhã no simpósio anual do banco central em Jackson Hole. Apesar da expectativa de corte, há preocupações com a inflação, especialmente com o repasse de tarifas aos consumidores.
Os principais índices de ações em Nova York fecharam em queda: Dow Jones caiu 0,34%, S&P 500 recuou 0,40% e o Nasdaq perdeu 0,34%.
Já a maioria das bolsas europeias fecharam o pregão desta quinta-feira em alta, com os investidores atentos aos dados econômicos da região e em um acordo com os EUA. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou estável, a 559,07 pontos.
Nesta quinta, o bloco econômico e o país americano assinaram um acordo comercial, fechado no mês passado, que prevê tarifa de 15% dos EUA sobre a maioria dos produtos europeus, como carros, remédios, semicondutores e madeira.
Veja o fechamento dos principais índices europeus:
O Financial Times, de Londres, subiu 0,23%;
O DAX, da Alemanha, avançou 0,07%;
O CAC-40, da França, perdeu 0,44%;
O FTSE MIB, da Itália, ganhou 0,35%;
O Ibex-35, da Espanha, subiu 0,08%;
O PSI20, de Portugual, avançou 0,43%.
As ações chinesas fecharam em alta hoje, com o avanço impulsionado por ganhos em empresas de fintechs e stablecoins, após uma reportagem indicar que Pequim pode flexibilizar sua postura sobre ativos digitais.
No fechamento, o índice de Xangai teve alta de 0,13%, enquanto o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,39%.
Em outros mercados asiáticos, os resultados foram mistos. Tóquio registrou queda de 0,65%, enquanto Seul, Taiwan, Cingapura e Sydney fecharam em alta. Hong Kong teve leve recuo de 0,24%.
Dólar
Karolina Kaboompics/Pexels
*Com informações da agência de notícias Reuters

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