A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, tem garantido à população o acesso às cirurgias de vasectomia e laqueadura pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os procedimentos fazem parte da política de planejamento familiar, assegurada por lei, e representam um avanço importante no cuidado com a saúde reprodutiva e no controle da natalidade.
De acordo com a enfermeira Cristiane Freitas, que atua na Unidade de Referência em Atenção Primária (URAP), Augusto Hidalgo de Lima, todo o processo começa com a busca do usuário pelo serviço.
“Todo o processo começa com a busca do usuário pelo serviço”, destacou Cristiane. (Foto: Val Fernandes/Secom)
“Esse processo exige que a pessoa venha e se consulte numa unidade de saúde. O primeiro momento é a ação educativa, quando são apresentados todos os métodos contraceptivos. Caso a pessoa escolha a laqueadura ou a vasectomia, iniciamos a etapa de regulação, com orientação sobre o procedimento, seus prós e contras, antes da formalização do pedido”, explicou a profissional.
Após a primeira consulta, o paciente é orientado a retornar em até 60 dias, tempo considerado adequado para refletir e ter certeza da decisão. A partir desse segundo encontro, o interessado é encaminhado para a fila de espera do procedimento, realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Após a primeira consulta, o paciente é orientado a retornar em até 60 dias. (Foto: Val Fernandes/Secom)
Segundo o médico especialista em Medicina da Família e Comunidade, André Chaves, essa etapa é fundamental para garantir segurança e autonomia ao paciente.
“Após o primeiro atendimento, aguardamos os 60 dias para confirmar a decisão. Se a pessoa reafirmar o interesse, solicitamos exames, que são realizados no mesmo momento, e encaminhamos a documentação para a regulação. O próximo passo é o agendamento da cirurgia”, destacou.
Novas regras para esterilização voluntária
A Prefeitura lembra que já estão em vigor as novas regras nacionais para os procedimentos de laqueadura e vasectomia. Agora, a idade mínima para realização das cirurgias passou de 25 para 21 anos, desde que a pessoa tenha plena capacidade civil. Outra mudança importante é que não é mais necessária a autorização do(a) cônjuge, requisito que era obrigatório até então. As cirurgias são rápidas, levando em média de 15 a 20 minutos, sem necessidade de internação hospitalar. Após a realização, é preciso utilizar outro método contraceptivo por, pelo menos, 90 dias, período necessário para garantir a eficácia do procedimento.
Garantia de direitos e autonomia
“Nem todo mundo pode pagar por uma cirurgia particular”, frisou Jaqueline. (Foto: Val Fernandes/Secom)
Para a população, a possibilidade de realizar a cirurgia pelo SUS representa autonomia e a garantia de um direito fundamental. A autônoma Jaqueline de Souza, de 30 anos, moradora do bairro Vila Ivonete iniciou recentemente o processo para realizar a laqueadura.
“Eu já tenho quatro filhos e minha última gestação foi complicada, porque meu bebê nasceu com problemas de saúde. A enfermeira que me acompanhava no posto da Vila Ivonete me orientou sobre o procedimento e decidi entrar com o processo. Acho válido, porque nem todo mundo pode pagar por uma cirurgia particular”, relatou.
Com a medida, a Prefeitura de Rio Branco reafirma o compromisso de ampliar o acesso aos serviços de saúde, assegurando às famílias mais autonomia nas escolhas relacionadas ao planejamento familiar.