Alta nos casos de dengue leva Uraps a atenderem até 400 pacientes por dia com sintomas em Rio Branco

A dona de casa Luzenilda Costa já teve dengue 3 vezes, e voltou a apresentar sintomas da doença. Ela foi até uma Unidade de Referência em Atenção Primária (Urap) e precisou fazer um hemograma. Na casa dela, outra pessoa também está com dengue. Luzineide diz que está sempre atenta para não deixar o mosquito se proliferar em sua casa.

“Eu tenho cuidado com as coisas, com esse negócio de água nos vasos. Não tem [focos do mosquito]”, resume.

A servidora pública Kátia Regina levou a mãe à Urap Roney Meireles, porque a idosa estava apresentando sintomas de dengue e sangramento nasal, e conta que o atendimento na primeira unidade que procurou não foi satisfatório.

“Porque lá na UPA da Sobral, estão mandando os pacientes para casa sem atendimento. Agora, a médica fez todos os exames clínicos na minha mãe, passou a medicação, porque ela estava com falta de ar. A sensação que eu tive, de que minha mãe não iria reagir, agora, graças à gestão dessa unidade, minha mãe está bem melhor, está respirando, está andando, e está até comendo, porque ela não estava”, relata.

Desde o mês de dezembro as Uraps Claudia Vitorino e Roney Meireles passaram a ser referências no atendimento de sintomas de dengue na capital acreana. A diretora da unidade Roney Meireles relata que nas primeiras semanas, diariamente, eram feitos entre 500 e 600 atendimentos. Atualmente, o número apresentou redução, mas os atendimentos continuam na média de 400 por dia.

“Por dia, está dando de 15 a 20 casos positivos por dia. Agora, para dengue, está em mais de 30 pessoas”, explica.

De acordo com a secretaria municipal de saúde, não só as unidades de referência, mas todas na capital estão prontas para atender as pessoas com dengue. As unidades adaptaram seus protocolos para garantir o atendimento, como explica a responsável técnica de enfermaria Ártea Carvalho.

“Dependendo do estado do paciente, a gente manda para enfermaria os casos mais leves, e casos moderados ou graves a gente manda para o médico. O enfermeiro faz a medicação, faz as orientações e solicita o hemograma. Se o hemograma der alteração, a gente manda para o médico, que solicita os outros exames”, ressalta

Mais de 770 casos em 2023

 

Agentes de combate ao mosquito da dengue em Rio Branco — Foto: Murilo Lima/Arquivo/Rede Amazônica

Agentes de combate ao mosquito da dengue em Rio Branco — Foto: Murilo Lima/Arquivo/Rede Amazônica

Mais de 770 casos de dengue foram confirmados em Rio Branco entre 1º de janeiro e 12 de dezembro de 2023, segundo aponta um boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). De acordo com o levantamento, 9.123 casos foram notificados no período, e 779 testaram positivo. Ainda há 510 casos em investigação, e não houve óbitos causados pela doença no ano passado.

O boletim chama atenção para o crescimento da curva de notificações a partir da semana epidemiológica nº 43, a última semana do mês de outubro, o que indica risco de epidemia de dengue.

Casos de dengue começaram a crescer no fim do mês de outubro, e a Semsa vê risco de epidemia — Foto: Reprodução

Casos de dengue começaram a crescer no fim do mês de outubro, e a Semsa vê risco de epidemia — Foto: Reprodução

Em meio a esse cenário, a Semsa iniciou nesta quarta-feira (3) um mutirão com 130 agentes de endemias e mais de 100 servidores da zeladoria municipal para conscientizar sobre os riscos da doença e fazer a limpeza de ruas e quintais.

O primeiro bairro escolhido para a ação foi o Sobral, e a ação deve continuar ao longo do mês de janeiro. A secretária Sheila Andrade ressalta que é preciso que os moradores colaborem com a ação e permitam a entrada dos agentes.

“É preciso que a população entenda que ela tem um papel fundamental na prevenção. Muitas pessoas não permitem que os nossos agentes entrem em suas casas, e não têm o cuidado que a gente sempre está falando. A gente precisa entender e respeitar o nosso período do inverno amazônico, que é onde há probabilidade maior de crescimento do mosquito da dengue. Todo e qualquer lugar, por menor que seja, como uma tampinha de garrafa PET, eles conseguem depositar os seus ovos. Então, nós precisamos entender que dengue é uma doença grave, a dengue mata. Se a gente não se cuidar, o município de Rio Branco pode ter uma epidemia entre janeiro e fevereiro, muito forte, e muitas pessoas podem vir a óbito”, declarou.

Ainda conforme o boletim epidemiológico, 54% dos casos de dengue foram diagnosticados em mulheres, contra 46% em homens. O bairro de Rio Branco com maior número de casos confirmados é o Belo Jardim, com 51. Confira a lista abaixo:

  • Belo Jardim – 51 casos
  • Vila Acre – 46 casos
  • Cidade do Povo – 34 casos
  • Vitória – 29 casos
  • Taquari – 26 casos
  • São Francisco – 23 casos
  • Belo Jardim II – 18 casos
  • Calafate – 17 casos
  • Cidade Nova – 16 casos
  • Eldorado – 16 casos
  • Santa Helena – 16 casos
  • Santa Inês – 16 casos
  • Conquista – 15 casos
  • Nova Estação – 13 casos
  • Tucumã – 13 casos

 

Além da dengue, outros 15 casos de chikungunya e sete de zika vírus também foram confirmados no ano passado.

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