As recentes cheias dos rios no estado do Acre têm causado sérios prejuízos aos produtores locais, especialmente aqueles envolvidos na produção de soja, milho, banana e mandioca. De acordo com um relatório da Secretaria de Estado da Agricultura, cerca de 78% do território acreano está sendo afetado pelas enchentes, destacando a extensão dos danos causados por esse fenômeno natural.
O relatório ressalta que a situação é particularmente grave para os agricultores que têm suas lavouras destinadas à produção de silagem, as quais enfrentam perdas significativas de alimentos e insumos agrícolas devido às inundações. Luiz Tchê, secretário da Seagri, alerta que a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas estão comprometidas, representando um desafio adicional para os agricultores que dependem dessas culturas para subsistência e comercialização.
“Tanto os grandes produtores, como os de milho e soja, quanto os médios e pequenos, especialmente os que cultivam banana e mandioca, estão sendo severamente afetados. Além disso, o setor de fruticultura, ainda em fase inicial de desenvolvimento, também foi duramente atingido”, afirma o secretário.
Apesar da gravidade da situação, Tchê destaca que o governo está concentrando esforços na prestação de ajuda humanitária à população afetada. “Neste momento, estamos priorizando a distribuição de água potável, alimentos e outros recursos para atender às necessidades da população afetada, incluindo as comunidades indígenas”, ressalta.
Segundo o Boletim Enchentes divulgado pelo governo estadual, até o momento, 7.710 produtores nos 22 municípios do Acre tiveram suas atividades comprometidas pelas alagações, fortes chuvas e enxurradas que têm castigado o território acreano nas últimas semanas. O nível do Rio Acre, por exemplo, continua a subir, mantendo uma média de elevação de dois centímetros nas últimas três horas, atingindo a cota de 16,26. A Defesa Civil Municipal estima que mais de 50 mil pessoas tenham sido afetadas pela enchente na capital acreana.
Diante desse cenário desafiador, os esforços continuam voltados não apenas para o socorro imediato às vítimas, mas também para a reconstrução e recuperação das áreas afetadas, visando mitigar os impactos na agricultura local e garantir a segurança alimentar e econômica das comunidades atingidas.