Gilmar Palheta Assunção, ex-servidor da Fundação Nacional do Índio (Funai) e presidente de uma organização indígena, encontrou-se sob os holofotes da justiça nesta quarta-feira (20), quando foi detido pela Polícia Federal. As acusações que recaem sobre ele são de abuso sexual contra adolescentes e mulheres pertencentes a comunidades indígenas no Amazonas.
Exonerado do cargo na Funai em setembro de 2023, após as primeiras denúncias, Assunção é suspeito de explorar a vulnerabilidade dessas pessoas, supostamente oferecendo auxílio em questões previdenciárias, benefícios sociais e até mesmo procedimentos burocráticos em troca de favores sexuais.
A prisão ocorreu durante uma operação da PF em uma residência situada no município de Nova Olinda do Norte, distante mais de 130 quilômetros de Manaus. As investigações sugerem que pelo menos 20 indivíduos podem ter sido vítimas do ex-servidor, cujo histórico na Funai ultrapassa uma década de atuação como coordenador na região, identificado como indígena Munduruku.
Além de seu envolvimento com a Funai, Assunção também é servidor da Secretaria de Educação do Amazonas (Seduc). Em resposta aos acontecimentos, a Seduc anunciou o afastamento cautelar do servidor em dezembro do ano passado, enquanto as investigações prosseguem. A secretaria afirmou, por meio de nota, que as punições administrativas cabíveis podem chegar até a demissão, conforme previsto na legislação vigente.