Nelson da Vitória, um empresário e pastor ex-servidor público, foi condenado a prestar serviços comunitários pela Justiça do Acre devido a publicações homotransfóbicas realizadas na internet entre julho e agosto de 2020, quando ele ocupava um cargo no Núcleo de Diversidade da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
O Centro de Atendimento a Vítimas do Ministério Público do Acre recebeu uma denúncia em agosto de 2020 sobre as postagens de Nelson, que incitavam ódio contra pessoas trans. Entre as postagens, ele fez comentários como afirmar que só aceitaria a ideologia de gênero se Tammy Miranda engravidasse Pabllo Vittar, e perguntou se agredir uma mulher trans seria punível pela Lei Maria da Penha.
O presidente do Fórum de Ongs LGBT do Acre na época considerou a atitude de Nelson inaceitável para alguém em um cargo público voltado para a diversidade. Após ser exonerado e recontratado pela Secretaria de Planejamento, Nelson foi novamente exonerado em janeiro de 2022. Germano Marino, que havia criticado Nelson, agora é comissionado na Secretaria de Assistência e Direitos Humanos.
No processo, Nelson admitiu ter feito as postagens, mas alegou não ter a intenção de agredir. O desembargador Francisco Djalma destacou a contradição entre o papel de Nelson na Secretaria de Direitos Humanos e sua alegação de ignorância sobre a natureza criminosa das postagens. A decisão de condená-lo foi unânime e reafirmou que a liberdade religiosa não justifica práticas discriminatórias.