Poluição e queimadas: Acre registra altos índices e preocupa especialistas

Conforme a plataforma Purple Air, que monitora a qualidade do ar por meio de sensores em todo o estado, a maioria das cidades está com níveis de poluição abaixo do preocupante. No entanto, a exposição a essas condições por mais de 24 horas pode representar riscos para crianças, idosos e pessoas com problemas de saúde, como doenças respiratórias e baixa imunidade.

Os índices acima de 250 µg/m³ são considerados um alerta para emergência de saúde, com risco potencial para toda a população após 24 horas de exposição. Desde a quinta-feira, 1º de agosto, os níveis de poluição têm se mantido nessa faixa. Até as 8h deste domingo (4), Brasiléia era a única cidade com poluição superior ao limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com 2040 µg/m³ de partículas por metro cúbico.

Rio Branco registrou 28 µg/m³ no sensor da Universidade Federal do Acre, enquanto outros dois sensores mostraram 11 e 10 µg/m³. Embora esses valores estejam dentro dos limites aceitáveis, ainda há risco para a população vulnerável devido à exposição prolongada. Outros cinco municípios apresentam poluição acima de 10 µg/m³: Santa Rosa do Purus (18 µg/m³), Xapuri (16 µg/m³), Assis Brasil (14 µg/m³), Sena Madureira (12 µg/m³) e Manoel Urbano (10 µg/m³).

Tarauacá tem um índice de 6 µg/m³, considerado satisfatório e sem riscos significativos, enquanto Bujari e Jordão apresentam 0 µg/m³ de poluição, e Marechal Thaumaturgo não possui medição registrada. Cobija, na Bolívia, tem um índice de 52 µg/m³.

Os dados da plataforma são atualizados em tempo real e refletem a situação de julho e início de agosto. Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros do Acre, Francisco Freitas, a qualidade do ar no estado foi três vezes superior ao recomendado pela OMS na última semana. O aumento das queimadas expõe a população a poluentes por períodos prolongados, afetando a saúde, como evidenciado pelo aumento de 2.227 ocorrências relacionadas a focos de calor no último mês, o maior índice dos últimos três anos.

Em julho, o Acre registrou o maior número de queimadas dos últimos oito anos, com 544 focos detectados até o dia 30, conforme o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O mês de julho acumulou a maior quantidade de queimadas do ano. Até 30 de julho, os focos de queimadas em 2023 correspondem a 10% do total anual, comparado aos 6.562 focos do ano passado.

O Acre ocupa a 15ª posição no ranking nacional e a 6ª na região Norte, à frente apenas do Amapá. O número de queimadas em julho de 2023 foi 156% maior do que o registrado no mesmo mês do ano anterior. O aumento preocupa devido à tendência de crescimento observada a partir de agosto. Em 19 dos 25 anos monitorados, o mês de agosto teve mais de mil focos de queimadas, com 1.388 ocorrências em 2023. O aumento de junho para julho foi de 438%, passando de 101 para 544 focos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *