O Rio Negro, um dos principais rios da Amazônia, atingiu 12,68 metros na noite desta quinta-feira (3), conforme dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB). Este marco representa o segundo ano consecutivo de seca severa na região, intensificando os desafios enfrentados pela população local.
Historicamente monitorado desde 1902 pelo Porto de Manaus, os níveis do rio revelam uma preocupante queda em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o nível estava em 15,14 metros. A diferença de 2,45 metros ressalta a gravidade da situação, com projeções indicando que o nível pode continuar a cair, potencialmente chegando a menos de 12 metros nas próximas semanas.
A estiagem afeta mais de meio milhão de pessoas no Amazonas, com cerca de 140.300 famílias diretamente prejudicadas pela diminuição das águas. Todos os municípios do estado estão em estado de emergência, refletindo a magnitude dos impactos sociais e econômicos dessa crise hídrica.
Além dos desafios imediatos para a saúde e segurança alimentar das comunidades, a seca também levanta preocupações ambientais. O Rio Negro é vital para a biodiversidade da região e para os meios de subsistência das populações ribeirinhas, cuja pesca e agricultura dependem da regularidade dos níveis hídricos.
Autoridades locais e organizações não governamentais estão buscando soluções para amenizar os efeitos da seca, como a distribuição de água potável e a implementação de programas de assistência social. No entanto, especialistas alertam que ações de longo prazo são necessárias para lidar com os efeitos das mudanças climáticas e a degradação ambiental que exacerbam a crise.
Enquanto o Porto de Manaus se prepara para divulgar a mínima das últimas 24 horas, a expectativa é de que a população continue a enfrentar desafios significativos nos próximos meses. O comprometimento em encontrar soluções sustentáveis será crucial para garantir a resiliência das comunidades amazônicas diante de eventos climáticos extremos.
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