Foi realizada uma expedição pelo Rio Acre, contando com o apoio do Corpo de Bombeiros e do coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, Cláudio Falcão. O cenário é alarmante, com o rio mantendo níveis perigosamente baixos, registrando apenas 1,44 metro nesta segunda-feira (16). Essa situação revela um contraste marcante em relação à terceira maior enchente da história, ocorrida em abril deste ano, quando o rio atingiu a marca de 17,72 metros.
A Dimensão da Crise:
A reportagem iniciou no bairro da Base e já se deparou com troncos de árvores e destroços de embarcações no fundo do rio. As barreiras naturais exigem precaução redobrada para evitar acidentes durante a navegação. Nas proximidades das pontes no centro da capital, pneus e objetos descartados emergem com o baixo nível das águas, revelando um quadro preocupante.
Comparação com Enchentes Anteriores:
O contraste é notável. Enquanto a terceira maior enchente inundou 40 bairros da capital, deixando mais de 900 famílias desabrigadas e submergindo casas às margens do rio, agora testemunhamos o Rio Acre abaixo de dois metros, se aproximando do mínimo histórico registrado em 2 de outubro do ano passado, quando marcava 1,25 metro.
Impacto nas Comunidades Locais:
Durante a navegação, produtores rurais e pessoas dependentes do rio compartilharam suas preocupações. Francisco das Chagas, que teve sua rede presa no fundo do rio, expressou a dificuldade atual na pesca devido a uma cachoeira formada em um trecho do rio na cidade de Porto Acre.
Desafios da Navegação:
A situação se agrava em trechos com bancos de areia, tornando a navegação cada vez mais complexa. Cláudio Falcão, coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, ressaltou as dificuldades enfrentadas, indicando que praticamente não há navegação da capital em direção a Capixaba, Assis Brasil e Xapuri.
Previsões e Resposta Governamental:
A previsão é que a estiagem perdure pelos próximos três meses, exacerbada pelo fenômeno El Niño. O governo do Acre declarou estado de emergência e criou um comitê para monitorar a situação. A Defesa Civil mantém a Operação Estiagem, fornecendo abastecimento para 27 comunidades, tanto na zona rural quanto na urbana, através de caminhões-pipa.