Com a chegada das temperaturas mais baixas, os casos de doenças respiratórias tendem a aumentar, e os hospitais começam a registrar maior demanda de pacientes com sintomas como tosse, febre e dificuldade para respirar. Em meio a esse cenário típico de inverno, uma infecção menos óbvia tem chamado a atenção de médicos: a pneumonia silenciosa.
Ao contrário da pneumonia convencional, que costuma apresentar sinais intensos e alarmantes, essa versão mais discreta da doença pode passar despercebida por dias ou até semanas. O problema é que, enquanto o paciente segue sua rotina, o quadro pode se agravar sem que ele perceba.
Causada principalmente pela bactéria Mycoplasma pneumoniae, a pneumonia silenciosa — também chamada de “walking pneumonia” no meio médico — se caracteriza por sintomas mais brandos e evolução lenta. Entre os sinais mais comuns estão tosse seca persistente, cansaço prolongado, dor de cabeça, febre baixa, rouquidão e dificuldade leve para respirar. Em muitos casos, o paciente confunde os sintomas com uma gripe mal curada ou um simples resfriado.
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A forma de transmissão é semelhante à de outras doenças respiratórias: o contato com gotículas expelidas durante a fala, tosse ou espirro de uma pessoa infectada. Ambientes fechados, como escolas, escritórios e transportes públicos, favorecem a propagação da bactéria.
O diagnóstico costuma ser um desafio. Como o Mycoplasma pneumoniae não possui parede celular, o microrganismo não aparece em exames comuns, o que exige atenção redobrada por parte dos médicos. A confirmação geralmente vem após avaliação clínica detalhada e, em alguns casos, com o auxílio de radiografias de tórax, que podem mostrar áreas de inflamação nos pulmões.
Embora o tratamento seja simples, feito com antibióticos específicos como macrolídeos ou tetraciclinas, além de repouso e hidratação, a demora em identificar a doença pode levar a complicações. Casos de pneumonia bilateral, infecções secundárias e até falência respiratória já foram registrados, especialmente entre idosos, pessoas com o sistema imunológico comprometido ou portadores de doenças crônicas.
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Outro aspecto preocupante é a facilidade com que a infecção se espalha entre grupos de convívio próximo. Crianças, adolescentes e jovens adultos estão entre os mais afetados em surtos escolares e comunitários.
A boa notícia é que, quando diagnosticada a tempo e tratada corretamente, a pneumonia silenciosa tem cura. No entanto, a recuperação pode ser lenta, exigindo semanas de cuidados até o desaparecimento completo dos sintomas.
A recomendação dos especialistas é simples: não ignore tosse prolongada ou sinais respiratórios atípicos, especialmente durante o inverno. Buscar orientação médica ao primeiro sinal de alerta pode evitar complicações e garantir um tratamento eficaz.