A fumaça que paira sobre Rio Branco não afeta apenas a paisagem; a saúde da população, especialmente crianças e idosos, também está sendo seriamente comprometida.
Esse impacto é evidente nas principais Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital acreana. A reportagem conversou com a diretora da UPA Franco Silva, localizada na região da Sobral, e da UPA do 2º Distrito, e ambas confirmaram um aumento significativo nos casos de problemas respiratórios nas últimas semanas.
Na UPA da Sobral, o aumento em comparação ao mês passado ultrapassou 100%. “Ainda não concluímos setembro, mas já podemos afirmar que o número de síndromes respiratórias dobrou nos últimos 30 dias. Crianças e idosos são os mais afetados devido à sua maior sensibilidade,” explicou Simone Prado, diretora-geral da unidade.
Na UPA do 2º Distrito, que recebe o maior número de pacientes diariamente, a situação é semelhante. O saguão está lotado de pessoas esperando por atendimento, muitas delas relatando problemas relacionados à alta concentração de fumaça. A gestora da unidade informou que, apesar do grande fluxo de atendimentos diários, a maioria dos casos não é grave.
“Os casos respiratórios aumentaram consideravelmente, mas não são sérios. Os sintomas mais comuns incluem dor de cabeça, ardência nos olhos e tosse. Reforçamos o atendimento médico, com cinco profissionais disponíveis diariamente no ambulatório. O ambiente climatizado já ajuda, e também oferecemos água e máscaras. A situação da fumaça está tão complicada que essas pequenas medidas ajudam a amenizar os efeitos,” comentou Dora Vitorino, diretora da UPA.
Os médicos recomendam algumas orientações simples para prevenir problemas de saúde durante esse período de clima seco e fumaça intensa. A principal delas é manter-se hidratado, bebendo bastante líquido, de preferência água e sucos, e evitar atividades físicas ao ar livre. Em casa, para aqueles que não possuem umidificadores de ar, colocar uma toalha molhada no quarto pode ajudar a melhorar a qualidade do ar.