Informações constam no relatório de política monetária do segundo trimestre deste ano. O Banco Central elevou de 1,9% para 2,1% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
A informação consta no relatório de política monetária do segundo trimestre, divulgado nesta quinta-feira (26).
Com isso, a instituição retomou uma projeção de crescimento maior, que vigorava antes de março deste ano.
Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%.
Uma alta menor, neste ano, conforme projetado pelo BC e por analistas do setor privado, representará uma desaceleração no ritmo de crescimento.
“Apesar da revisão altista, permanece a expectativa de desaceleração da atividade econômica ao longo do trimestre corrente e do segundo semestre. Essa moderação esperada decorre da manutenção de uma política monetária restritiva, do reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção, da perspectiva de moderação do crescimento global e da redução do impulso da agropecuária registrado no primeiro trimestre”, informou o Banco Central.
Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas.
No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
Alta dos juros
A projeção de uma expansão menor do PIB, neste ano, acontece em meio a um processo de alta dos juros para conter pressões inflacionárias.
O Comitê de Política Monetária do BC subiu a taxa básica da economia por sete vezes seguidas. O juro atingiu 15% ao ano na semana passada, maior nível em 20 anos.
E o Banco Central indicou que deverá interromper o processo de alta dos juros, mas também informou que a Selic permanecerá alta por um “período bastante prolongado” de tempo.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 5,1%, em março, para 4,9%.
A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Com isso, o BC estima um novo estouro da meta de inflação neste ano, assim aconteceu em 2024.
A probabilidade de a inflação ultrapassar o teto da meta neste ano caiu de 70%, em março, para 68%.
Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central recuou de 3,7% para 3,6%.
Em seus documentos, a autoridade monetária tem dito, ainda, que a meta de inflação deve ser ultrapassada já em junho deste ano. Isso porque, desde o início de 2025, começou a ser adotado um sistema de meta contínua.