Os problemas no Calçadão do Novo Mercado Velho, localizado no Centro de Rio Branco, não são recentes e se agravaram após a cheia histórica do Acre em março deste ano. A movimentação do solo, característica da região, causou o afundamento de parte do calçadão e resultou na interdição da passarela Joaquim Macedo no dia 28 de junho.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o tabuleiro da ponte está aproximadamente 70 centímetros desalinhado das vigas que sustentam a estrutura. Embora as obras de recuperação já tenham começado, muitos dos trabalhadores e comerciantes da área, que é um ponto turístico da capital, observam uma queda significativa no número de visitantes.
A feirante Raimunda Núbia Sobral, que trabalha no local, destaca que, apesar dos danos no solo, o importante é manter o trabalho em andamento enquanto for possível. “Tivemos que subir, pois estávamos mais abaixo. Fizeram esse paredão, e continuamos trabalhando. O essencial é não parar de trabalhar. O movimento diminuiu um pouco, porque as pessoas veem o paredão da outra ponte e acham que o calçadão também está fechado,” afirma.
No ano passado, o governo estadual realizou uma obra de contenção no calçadão devido ao mesmo problema, mas os comerciantes e feirantes criticam a qualidade do trabalho. O comerciante Hemerson Assunção explica que uma malha de ferro que ajudava a sustentar o calçadão foi removida durante a reforma, o que contribuiu para o colapso do local. “Esse serviço foi realizado recentemente, e quando o rio começou a baixar, levou tudo embora. Trabalhando na área, percebi que, antes, havia uma malha de ferro e, ao reforçar o calçadão, essa malha foi retirada e substituída por barro e areia sem compactação. Por isso, a deterioração foi rápida. O correto seria ter feito um novo reforço com malha de ferro,” critica.
A passarela Joaquim Macedo, que foi inaugurada há 17 anos e possui 200 metros de extensão, está com a estrutura de madeira deteriorada e sinais de erosão ao seu redor. A passarela conecta o primeiro e o segundo distritos de Rio Branco, e tanto comerciantes quanto pedestres que a utilizam observam uma série de problemas e riscos. A estrutura foi construída sobre duas colunas de 42 metros, sustentadas por cabos, e o maior problema identificado pelos usuários é o piso cheio de buracos e rachaduras.
Os sinais de deterioração foram constatados no ano passado, quando a Defesa Civil de Rio Branco recomendou a interdição da passarela. Também foi identificada movimentação do solo no Mercado Velho.