Nesta sexta-feira, 23, a cheia do rio Acre invadiu a primeira residência do bairro da Base, em Rio Branco, causando preocupação entre os moradores, incluindo 10 indígenas de uma mesma família que residem em um quarteirão localizado na esquina entre as ruas Sertaneja e Beira Rio, na capital acreana.
Yasa Inu Bake, pertencente ao povo Huni Kui de Santa Rosa do Purus e morador da Base há 5 anos, relatou que esta é a terceira vez que sua família enfrenta alagamentos na região. Ele mencionou que já estão preparados para deixar suas casas, pois a água já atingiu o terreno e há o receio de que invada as residências. No entanto, eles ainda não têm um local definido para onde ir.
Segundo Yasa, a compreensão do povo é que a alagação não ocorre por acaso. Ele destaca que há um sentido por trás desses eventos e menciona um pronunciamento do ex-presidente Lula, em que este recomendava que as pessoas se afastassem das margens dos rios. Para Yasa, a resistência em sair das áreas ribeirinhas está relacionada à vontade do próprio povo, enquanto o rio segue seu curso natural.
A situação evidencia a vulnerabilidade enfrentada pelos moradores ribeirinhos diante das cheias recorrentes do rio Acre, ressaltando a necessidade de políticas públicas que ofereçam suporte e alternativas seguras de moradia para essas comunidades em períodos de enchentes.