O pequeno Elias Barros, de 4 anos, passou por uma cirurgia endoscópica nesta semana no Hospital da Criança e do Adolescente do Amapá (HCA). O procedimento ocorreu em parceria com o Hospital de Clínicas Dr. Alberto Lima (Hcal) para tratar a dilatação de varizes esofágicas que impedem que a criança consuma qualquer tipo de alimento, ingerindo apenas líquidos há três meses.
A cirurgia nunca tinha sido feita no estado do Amapá, tanto pela rede privada quanto pública, e aconteceu através de uma mobilização da Secretaria de Saúde (Sesa).
Os pais da criança tinham solicitado o Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e aguardavam durante meses que alguma unidade de saúde do país disponibilizasse uma vaga, o que não aconteceu.
O pai do Elias, Josebias Vieira, disse que estava pretendendo vender o que não tinha para tentar a cirurgia de alguma forma.
A cirurgia foi feita pelas mãos do gastroenterologista, Fernando Nascimento, com o apoio do médico de São Paulo, Nelson Sato.
O gastro explicou que a dilatação das varizes causa dores intensas por conta do aumento da pressão do sangue, que podem até romper, levando a uma hemorragia.

Cirurgia foi feita pela primeira vez no Amapá — Foto: Gabriel Maciel/Sesa
“Esse é um procedimento que realiza a aplicação de uma cola biológica que é inserida através de uma agulha endoscópica. Essa substância, em contato com o sangue, provoca uma reação química que forma um êmbolo, que se endurece dentro do vaso sanguíneo, obstruindo e evitando que essa criança tenha novos sangramentos”, explicou o médico.
A cirurgia aconteceu em parceria com o Hospital de Clínicas Alberto Lima (Hcal), que cedeu uma sala, funcionários e equipamentos para que fosse realizada, evitando o deslocamento da criança e da família.
” Hoje estamos muito felizes por termos conseguido ver nosso filho realizando a cirurgia no nosso estado e perto de nós. Agora, nossa expectativa é que tudo ocorra bem e logo ele volte a ter uma vida normal” , disse o pai de Elias.
Elias vai passar ainda por outro procedimento cirúrgico, chamado ‘ligadura elástica’ que vai acabar com os sangramentos definitivamente.
“Ao final de todos os procedimentos esperamos que ele possa se alimentar normalmente, já que hoje ele não come comida sólida, e de acordo com a sua capacidade, levar uma vida normal”, finalizou o médico.