Presidente dos EUA, Donald Trump, e CEO da Apple, Tim Cook.
Reuters/Jonathan Ernst
A Apple anunciou que ampliou para US$ 600 bilhões o investimento para fabricar partes do iPhone nos Estados Unidos. A empresa também lançou o Programa de Manufatura Americana (AMP), iniciativa voltada a fortalecer e trazer parte da sua cadeia produtiva ao país.
As novidades foram divulgadas, nesta quarta-feira (6), pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e chefão da big tech, Tim Cook, em uma live transmitida pela Casa Branca.
Os anúncios fazem parte de uma ampliação protecionista que Trump tem investido desde o início do seu governo. Em fevereiro, a Apple já tinha prometido que investir US$ 500 bilhões nessa empreitada. Nesta quarta, a big tech disse que vai investir mais US$ 100 bilhões.
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Segundo a empresa, nos próximos quatro anos, ela pretende contratar 20.000 pessoas nos EUA, a maioria das áreas de desenvolvimento de software, engenharia e inteligência artificial.
Os novos investimentos incluem a parceria da Apple com 10 empresas norte-americanas que produzem componentes que são usados em produtos Apple vendidos em todo o mundo, segundo Cook.
Segundo a Casa Brancas, são elas: Corning, Coherent, GlobalWafers America (GWA), Applied Materials, Texas Instruments (TI), Samsung, GlobalFoundries, Amkor e Broadcom.
Sobre as consequências dessas parcerias, a Casa Branca disse que espera que, “em breve, todos os iPhones e Apple Watches vendidos no mundo serão fabricados com vidro fabricado no Kentucky, nos EUA”.
Apple e a onda protecionista de Trump
A decisão da Apple foi divulgada em meio ao tarifaço de Donald Trump contra diferentes países, incluindo o Brasil. Um dos objetivos do presidente norte-americano é levar parte da produção industrial de volta para os Estados Unidos.
Trump já havia exigido que a Apple transferisse para os EUA a fabricação de iPhones, hoje concentrada em países como China e Índia. Em maio, o presidente ameaçou impor uma tarifa de importação de 25% sobre produtos da Apple caso a empresa não tomasse essa decisão.
Especialistas dizem, no entanto, que essa transição não é simples e envolve custos trabalhistas e outras dificuldades. Por esses motivos, o iPhone poderia custar até três vezes mais caso fosse fabricado nos EUA.
Segundo a Reuters, as tarifas de Trump custaram à Apple US$ 800 milhões no trimestre encerrado em junho e estimularam consumidores norte-americanos a comprar iPhones.
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