Contas do governo têm déficit de R$ 59,1 bilhões em julho, 2º pior resultado para esse mês da história

As contas do governo registraram um déficit primário de R$ 59,12 bilhões em julho, informou Tesouro Nacional nesta quinta-feira (28).
🔎 O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo as despesas do governo. Se as receitas excedem as despesas, o resultado é um superávit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública.
O resultado representa uma piora em comparação com julho do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 9,33 bilhões (corrigido pela inflação).
Esse foi o pior resultado, para meses de julho, desde 2020, quando, por conta de despesas extraordinárias da Covid-19, o rombo fiscal somou R$ 120,56 bilhões.
Também foi o segundo pior resultado para esse mês da história, perdendo somente para 2020 (por conta da pandemia). A série histórica do Tesouro tem início em 1997.
➡️De acordo com o Tesouro Nacional, o alto déficit registrado nas contas do governo em julho está relacionado, entre outros fatores, com a concentração no pagamento de despesas judiciais, que somaram R$ 35,6 bilhões no mês passado. Em 2024, por exemplo, os valores dos precatórios se concentraram em fevereiro.
📈 Os números mostram que a receita líquida (após transferências aos estados e municípios) subiu 3,9% em termos reais em julho, atingindo R$ 201,2 bilhões – impulsionada pela arrecadação recorde no período (que contou com a alta do IOF).
📈 Ao mesmo tempo, também foi registrado aumento de gastos no mês passado, na comparação com o mesmo período de 2024. As despesas totais somaram R$ 260,3 bilhões em julho, com uma alta real de 28,3% (pressionadas pela concentração de precatórios).
Parcial do ano
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram um déficit de R$ 70.27 bilhões, segundo dados oficiais.
Comparado ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado um déficit de R$ 79,6 bilhões (valor corrigido pela inflação), houve uma melhora nas contas.
Esse também foi o maior saldo positivo para o primeiro semestre desde 2022, quando foi contabilizado um superávit de R$ 86,6 bilhões.
📈 Nos sete primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3% na receita líquida, após as transferências constitucionais a estados e municípios, totalizando R$ 1,33 trilhão.
📈 Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 1,41 trilhão de janeiro a junho deste ano, com uma queda real de 2% no período.
Meta fiscal
🔎 Para este ano, a meta é zerar o déficit das contas, que totalizou R$ 43 bilhões em 2024.
Pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 31 bilhões.
Para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.

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