Crise entre Gladson e TCE esquenta: Governo pede afastamento de Naluh das contas do Estado

A escalada da crise institucional entre o governo do Acre e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ganhou um novo capítulo que promete “esquentar” ainda mais a relação nada diplomática entre os poderes. O Executivo ingressou com dois pedidos para afastar a conselheira Naluh Gouveia da análise de processos ligados ao governo, incluindo a prestação de contas do governador Gladson Cameli.

Pelo regimento interno do TCE, o relator das contas do governo é definido anualmente em rodízio entre os conselheiros. Em 2024, a escolhida foi justamente Naluh Gouveia.

A informação foi inicialmente divulgada pelo repórter Adailson Oliveira, da TV Gazeta. Segundo apuração, o Palácio Rio Branco justificou o pedido afirmando que Naluh não teria imparcialidade. Um dos exemplos citados foi a tentativa da conselheira de suspender o rodeio da Expoacre por decisão liminar – depois derrubada pela Justiça. A gestão alega risco de reprovação antecipada das contas, sem análise técnica profunda.

No entanto, o ac24horas apurou que o estopim da crise não teria sido apenas medidas cautelares, mas sim uma declaração recente de Naluh em um evento sobre feminicídio. Na ocasião, o Acre foi citado como um dos estados com piores índices do país, e a conselheira teria chamado o governador de “assassino”. O episódio foi visto como um “descontrole” da relatora, embora aliados dela tenham minimizado dizendo que se tratou de “apenas uma analogia”.

Diante disso, o governador estuda mover ação cível e criminal contra a conselheira.

O pedido de afastamento ainda está sob análise da presidente do TCE, Dulcineia Benicio, e pode ser levado a plenário.

Questionado durante reunião com secretários nesta segunda-feira (18), Gladson Cameli confirmou a medida, afirmando que a questão é mais de “perfil” e de ordem jurídico-administrativa.
— “Mas é justamente pelo próprio perfil. E assim, é uma questão jurídica, uma questão mais administrativa, interna e jurídica”, declarou.

Sem se alongar no tema, Gladson concluiu:
— “A PGE está resolvendo, a Procuradoria”.

O Tribunal de Contas foi procurado, mas até o fechamento desta reportagem não se manifestou.


✍️ Fabiano de Azevedo


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