Tinha que ser dele. Era Luciano quem precisava fazer os gols do São Paulo contra o Corinthians, no último sábado, na vitória que parece ter reconectado torcida e jogadores num momento conturbado da temporada, com a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro batendo na porta em meio a retorno de Hernán Crespo ao clube, reunião com torcida organizada no CT e seca de bons resultados.
Mais uma vez, Luciano se reinventou. No São Paulo desde 2020, o atacante é um dos mais longevos no elenco. São 294 jogos, agora 96 gols e 29 assistências. Os números falam por si só, mas a importância do camisa 10 vai além do que é possível contar nos dedos.
Em meio ao momento conturbado, Luciano assumiu papel de líder, foi citado até em texto divulgado por torcedores organizados e, mais uma vez, foi elogiado por Crespo em entrevista coletiva. É a cara do São Paulo numa temporada complexa, de sofrimento no Campeonato Brasileiro e expectativa nas copas.
Em 2025, Luciano flertou com o banco de reservas, algo que já havia acontecido outras vezes. O atacante perdeu espaço sob o comando de Luis Zubeldía. Precisou jogar fora de posição. Não conseguiu ser decisivo como gostaria. Mesmo assim, os números antes mesmo do clássico contra o Corinthians já eram bons.
Até entrar em campo no último sábado, Luciano tinha 30 jogos, oito gols e cinco assistências pelo São Paulo nesta temporada. Sem contar, claro, sua liderança no dia a dia.
– Ele é diferenciado. O Luciano é um cara que quer ganhar no dia a dia. Acho que ele é diferente pela qualidade. A ideia de ganhar e competir todos têm. Ele é um jogador diferenciado porque tecnicamente é diferente dos outros. Outras características. Uma maior fantasia. E quando ele se coloca à disposição do time, consegue jogar com essa qualidade e ao mesmo tempo lutar, brigar e correr. Quando tem essas duas qualidades, é difícil não jogar bem – disse Crespo.
E ele assumiu. Mais uma vez. Em sua trajetória pelo Tricolor, Luciano deu a volta por cima em vários momentos.
Com o próprio Crespo, o jogador perdeu espaço na reta final do Paulistão de 2021, em que a equipe se sagrou campeã, mas veio do banco na semifinal e no segundo jogo da final para marcar um gol em cada uma das partidas.
Ainda em 2021, quando Rogério Ceni assumiu o São Paulo, Luciano também teve seus altos e baixos e, em diversos momentos, precisou conviver com o banco de reservas antes de retomar a boa fase.
As reviravoltas de Luciano no São Paulo, portanto, não são novidade. Agora, ela ganha ares de ainda mais importância com a necessidade urgente de fugir da zona de rebaixamento para respirar aliviado antes do retorno da Copa do Brasil e da Conmebol Libertadores.
Com a noite inspirada de Luciano no último sábado, o Tricolor pulou para o 13º lugar na tabela de classificação do Brasileirão, com 16 pontos, a quatro da zona de rebaixamento.