Em entrevista ao Bar do Vaz, Tião Bocalom abre o coração, relembra trajetória no Acre e garante continuidade das obras do Elevado da AABB

Fabiano Azevedo do Site Amazônia Agora – com informações do site AC24 HORAS

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), foi o convidado da edição do Bar do Vaz nesta quinta-feira, 15, e não economizou nas palavras. Em tom descontraído, mas firme, o gestor abriu o coração, relembrou sua chegada ao Acre, falou das eleições em Acrelândia, criticou adversários e assegurou que as obras do Elevado da AABB seguem em ritmo normal, rebatendo o que classificou como “fake news” espalhadas por opositores.

Sou macaco velho, aquela obra nunca parou. De má-fé, as pessoas estão produzindo fake news — porque isso sim é fake news. A obra ali nunca parou, Roberto”, afirmou ao jornalista Roberto Vaz. Bocalom explicou que a fase de concretagem foi concluída e que agora o serviço se concentra na preparação das cabeceiras, enquanto aguardam a chegada das vigas de aço. “Quando elas chegarem, serão colocadas, e sim vem a etapa do concreto por cima, depois o asfalto, para finalizar o projeto.”

O prefeito não escondeu a irritação com as críticas que, segundo ele, partem do mesmo grupo que, no passado, teve oportunidade de fazer grandes obras, mas não fez. “É a turma que, na época do transporte coletivo, deixou os ônibus velhos e sucateados. Nunca teve ônibus novo na nossa frota aqui em Rio Branco. Agora, a gente vai ter ônibus novos. Metade da frota, se Deus quiser, a empresa vai comprar para operar, e a outra metade vai ser zero quilômetro. Coisa que eles nunca fizeram”, disparou.

Política e sucessão

Ao abordar as eleições de 2026, Bocalom garantiu que sua esposa, Kellen Nunes, não será candidata, afastando rumores. “Ela precisa me ajudar a cuidar da nossa família, da casa, e me ajuda como secretária. Tem me dado uma mão grande.”

Sobre seu futuro político, o prefeito foi direto: “Eu sou candidato a continuar a prefeito de Rio Branco e acabar de concluir nossas obras.” Porém, deixou em aberto uma possível candidatura ao governo do estado, caso o cenário em 2026 lhe seja favorável. “Se na frente, de repente, o nome do Bocalom, é muito bom para o governo, ganha o governo. Mas se falar que não é também, que era o poder da Mailza [Assis], não tem nenhum problema, nós vamos junto com ela. Eu gosto demais dela, é minha amiga pessoal.”

Para o Senado, Bocalom tem seus nomes: Márcio Bittar e Gladson Cameli.

em relação ao senador Alan Rick, o tom foi de mágoa. “Ele não entrou na minha campanha. Tem até informações que diz que ele não voltou, eu não sei, porque é muita fofoca também.”

Bocalom ainda aproveitou para cutucar o vereador Éber Machado, classificando-o como “ligadinho ao governo da Frente Popular”.

Empréstimo e frota renovada

Outro ponto polêmico abordado por Bocalom foi o empréstimo aprovado pela Câmara Municipal para renovação da frota de ônibus. Segundo ele, trata-se de um financiamento do PAC da Eletromobilidade, com condições vantajosas para o município. “Compramos os ônibus em nome da prefeitura. Eles são colocados à disposição das empresas, que ficam responsáveis por dar manutenção e cuidar dos veículos”, detalhou, acrescentando que a medida é uma forma de manter a passagem a R$ 3,50, quando o custo real estaria em torno de R$ 8,00.

Chegada ao Acre: “Vim empreender”

Durante a entrevista, Bocalom fez questão de relembrar suas origens no Paraná e a chegada ao Acre em busca de oportunidades no setor madeireiro. “Vim de carro, e quando cheguei na BR-364, rapaz, era barro”, contou, arrancando risadas ao descrever as dificuldades para atravessar o bairro Judia em um Monza atolado na lama.

De empresário a político, a trajetória foi rápida. Foi convidado a disputar as eleições em Acrelândia e, mesmo relutante, acabou se lançando candidato. “O ‘vermezinho’ da política despertou e eu topei ser candidato em Acrelândia”, revelou.

Apesar de enfrentar resistência por ser “forasteiro”, como lembra, venceu as eleições e foi o primeiro prefeito da cidade, onde deixou sua marca ao planejar o município e fomentar a economia com serrarias, marcenarias e o primeiro distrito industrial da região. “Minha preocupação era fortalecer o campo para gerar riqueza, que depois vem para a cidade”, destacou, reforçando seu lema “Produzir para Empregar”.

Mesmo décadas depois, Bocalom segue com o discurso do fortalecimento do campo como base para o desenvolvimento urbano e mantém o estilo direto, sem rodeios, que marca sua trajetória.

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