Fisiculturismo natural? Pioneiro na modalidade no Brasil fala sobre a importância do veto aos anabolizantes: ‘Mais satisfatório’

Quem vê Marco Araújo hoje em dia nem imagina que apenas oito anos atrás, durante uma aula de educação física, ele não conseguia fazer um exercício básico.

“Chegou no momento de fazer flexões e eu fiz um total de 0 flexões, não fiz nenhuma flexão e meu apelido acabou sendo ‘o garoto fitness’ naquela época por causa dessa ideia totalmente contraditória: o garoto que não faz flexões”, relembra.

Após esse episódio, o jovem de 23 anos se sentiu desafiado e começou a treinar em casa, tomando gosto ao ver o resultado no espelho. Mas, Marco quer distância dos anabolizantes. Ele é pioneiro do fisiculturismo natural no Brasil, uma modalidade do esporte em que não se admite o uso destas substâncias. Para isso, os competidores são rigorosamente testados, o que exige mais esforço, horas diárias na academia e controle na alimentação.

“Percebi que o caminho natural é o melhor. Alcançar um corpo estético, independentemente dos seus objetivos, mantendo uma disciplina constante ao longo de anos é muito mais satisfatório do que buscar resultados de curto prazo que podem acarretar consequências drásticas”, afirma.

 

Marco Araújo é pioneiro do fisiculturismo natural no Brasil; entenda modalidade — Foto: Reprodução/TV Globo

Marco Araújo é pioneiro do fisiculturismo natural no Brasil; entenda modalidade — Foto: Reprodução/TV Globo

O dono do espaço onde ele treina, Luiz Cláudio Baretta, de 66 anos, começou nos anos 70 e é testemunha de uma história que se repete até hoje em academias de todo o país.

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“Convivi com muitas pessoas que tomavam anabolizante e infelizmente eu acabei perdendo três amigos na ocasião, três amigos que morreram em consequência do uso excessivo de anabolizante. Eu nunca tomei, sempre fui radicalmente contra. Eu tive a felicidade de encontrar um médico que me deu toda essa orientação”, destaca Baretta.

Marco durante um treino na academia — Foto: Reprodução/TV Globo

Marco durante um treino na academia — Foto: Reprodução/TV Globo

Médico alerta sobre os riscos

 

Ganhar massa magra, perder massa gorda ou aumentar a performance. Na busca por um corpo considerado perfeito, muita gente usa bomba. A lista de problemas graves que os anabolizantes causam é tão grande que em abril, o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição destes medicamentos para fins estéticos e de desempenho.

O médico da UNIFESP Clayton Macedo é um dos idealizadores da campanha “Bomba tô fora”, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e destaca os riscos do uso indiscriminado das substâncias:

“Esses indivíduos eles ficam mais irritados, mas agressivos. Nós vemos vários relatos na mídia até de feminicídio, de crimes violentos e indivíduos que usam esteroides anabolizantes. E esses indivíduos eles têm mais morte súbita, mas enfarte do miocárdio mais acidente vascular cerebral, mais derrame”, destaca o médico.

 

Médico alerta sobre os riscos dos anabolizantes — Foto: Reprodução/TV Globo

Médico alerta sobre os riscos dos anabolizantes — Foto: Reprodução/TV Globo

Globo Repórter desta sexta-feira (20), destacou os dois lados da vaidade: desde o mercado de beleza, que movimenta bilhões, até serviços de saúde, que recebem pessoas em conflito com a própria imagem.

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