Com a chegada de junho, o inverno começa oficialmente no Acre e em todo o hemisfério sul, trazendo consigo as marcas registradas da estação: noites mais longas, dias mais curtos, clima seco e a influência de frentes frias que prometem derrubar as temperaturas em todo o estado.
Em um bate-papo esclarecedor com a equipe do Amazônia Agora, o meteorologista Davi Friale antecipou o que os acreanos podem esperar para os primeiros dias de junho de 2025. Segundo ele, uma forte frente fria deve atingir o estado, provocando quedas acentuadas nas temperaturas mínimas, que podem ficar abaixo da média histórica, enquanto as máximas tendem a se manter ligeiramente acima do normal.
Outro ponto de destaque, segundo Friale, será a queda brusca na umidade do ar, típica do chamado “inverno amazônico”. O resultado será um clima seco, ensolarado durante o dia e com noites frias e estreladas.
“É o período em que a Amazônia respira diferente. O céu fica mais limpo, o ar mais seco, e as noites, embora belas, exigem cuidados com a saúde”, alertou Friale.
🌡️ Frio histórico?
As menores temperaturas registradas no mês de junho nos últimos 60 anos reforçam o potencial de frio intenso no período: 7,8°C em Rio Branco e 10,8°C em Tarauacá. E, segundo Friale, há possibilidade de novos recordes neste ano.
🌧️ Chuvas escassas
Além do frio, o mês de junho é marcado por uma drástica redução nas chuvas no Acre. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) mostram que a precipitação média nas principais cidades do estado cai praticamente pela metade em relação a maio:
Cidade | Média em maio | Média em junho |
---|---|---|
Rio Branco | 98,7 mm | 44,8 mm |
Cruzeiro do Sul | 155,6 mm | 89,7 mm |
Tarauacá | 137,3 mm | 74,3 mm |
Epitaciolândia | 81,8 mm | 32,2 mm |
Apesar disso, é possível haver variações de até 20% para mais ou para menos nas chuvas, segundo a climatologia.
⚠️ Atenção à saúde
Com o tempo seco, aumentam os riscos de problemas respiratórios e a necessidade de manter a hidratação. Friale também destaca que, durante o dia, o clima será ideal para atividades ao ar livre, mas agasalhos serão indispensáveis nas noites e madrugadas.
“O inverno amazônico não é como o do Sul do país, mas tem suas particularidades — e todas elas já estão batendo à nossa porta”, concluiu Friale durante a conversa.