A Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Acre (SEJUSP) informou neste sábado (18) que o Grupo Especial de Operações em Fronteira (GEFRON) está preparado para apoiar as forças de segurança federais na fronteira do estado com a Bolívia. A medida surge após a justiça boliviana ordenar, na sexta-feira (17), a prisão do ex-presidente Evo Morales, provocando manifestações em diversas regiões do país vizinho.
De acordo com a SEJUSP, questões que envolvem outros países são, prioritariamente, responsabilidade dos órgãos federais. No entanto, o GEFRON, que opera na região fronteiriça, está em alerta e disponível para prestar apoio, caso seja necessário.
Manifestações na Bolívia
A ordem de prisão contra Evo Morales foi emitida após ele não comparecer a uma audiência relacionada a acusações de tráfico de pessoas agravado e relações com uma adolescente em 2015, quando ainda era presidente. Morales negou as acusações, e seu advogado, Jorge Pérez, afirmou que o ex-presidente não foi notificado formalmente, tornando o mandado de prisão “ilegal”, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).
Em resposta à ordem judicial, aliados de Morales, como María Eugenia Ledezma, coordenadora das Seis Federações Trópicos de Cochabamba, declararam-se em “alerta máximo”. Ledezma anunciou um aumento de 10% na vigilância das bases da organização para impedir a prisão do ex-presidente. “Se quiserem vir, que venham; esperamos aqui, que nos levem todos, não deixaremos prender o irmão Evo”, declarou.
Gastón Ledezma, representante da Federação Sindical Tropical de Comunidades Interculturais de Carrasco, também se posicionou contra o que chamou de “abuso de poder” e alertou que o governo boliviano seria responsável por eventuais consequências. Ele apelou para o aumento das vigílias e afirmou: “Não somos deficientes, vamos responder se quiserem provocar o irmão Evo e a região tropical”.
Tensão na fronteira
A ordem de prisão e as manifestações na Bolívia têm gerado preocupação com possíveis impactos na segurança da fronteira entre o Acre e o país vizinho. Apesar de a responsabilidade direta ser das forças federais, a presença do GEFRON na região reforça a prontidão do Brasil para lidar com eventuais desdobramentos da crise boliviana.