Governo Federal e estados da Amazônia Legal criam frentes de combate às queimadas em áreas críticas

O governo federal, em parceria com os governos dos estados da Amazônia Legal, anunciou a criação de frentes de atuação em três áreas críticas que atualmente apresentam os maiores índices de queimadas e incêndios florestais no bioma. A iniciativa foi divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) após uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, que contou com a presença de governadores e representantes dos nove estados da Amazônia Legal, além do Mato Grosso do Sul.

Essas três regiões prioritárias incluem 21 municípios que concentram 50% dos focos de incêndio na Amazônia. As áreas de maior atenção são: a região entre Porto Velho, em Rondônia, e Humaitá, no Amazonas, abrangendo a BR-319; a área de Apuí, no Amazonas, cortada pela BR-230 (Rodovia Transamazônica); e a região de Novo Progresso, no oeste do Pará, próxima à BR-163. Nessas localidades, serão instaladas bases multiagências com a participação de órgãos federais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), além da Polícia Federal, polícias estaduais e outras entidades estaduais.

O governo informou que cerca de 360 frentes de combate a incêndios já estão em operação na região Norte, contando com mais de 1,4 mil brigadistas. Desde janeiro, mais de 59 mil focos de incêndio foram registrados na Amazônia, o maior número desde 2010. A fumaça resultante das queimadas está afetando cidades em dez estados, gerando céu encoberto e redução da qualidade do ar.

Imagens do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos indicam uma grande concentração de monóxido de carbono que se estende do Norte do Brasil até as regiões Sul e Sudeste, passando por países como Peru, Bolívia e Paraguai. Na última semana, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um alerta sobre os cuidados com a saúde devido às condições geradas pelas queimadas.

Conforme o MMA, a organização dessas frentes de trabalho será coordenada pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional Nacional (Ciman), que tem a responsabilidade de buscar soluções conjuntas para o combate aos incêndios florestais ao longo das próximas semanas.

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