Por: Amazonas – Assinada
O pesadelo recomeçou. O que parecia improvável aconteceu: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) voltaram a ser inimigos mortais. A trégua histórica, firmada em fevereiro de 2025 e tida como um marco raro no mundo do crime organizado, chegou oficialmente ao fim no dia 28 de abril. O resultado? Um alerta vermelho na segurança pública, especialmente no Amazonas — território estratégico e historicamente palco de alguns dos confrontos mais sangrentos do país.
Em comunicado impactante, o PCC confirmou a ruptura com “respeito e humildade”, mas deixou claro que a “ética do crime” foi violada. A nota cita intolerância a ataques contra familiares e inocentes, reafirmando que tais práticas “nunca foram e nem serão aceitas”. Embora o tom soe diplomático, a mensagem é clara: o pacto de não agressão está rompido, e a violência pode explodir a qualquer momento.
Paz de papel: acordo que segurava a guerra era frágil
A trégua entre as facções, anunciada em fevereiro, foi considerada histórica. Os dois maiores grupos criminosos do Brasil haviam proibido ataques entre si, numa tentativa de reduzir a violência e proteger suas lideranças enclausuradas em penitenciárias federais. Intermediados por advogados e com apoio de lideranças presas, os grupos tentavam manter um armistício que, embora improvável, trouxe semanas de relativa calma.
Mas essa “paz” tinha data de validade. E expirou.
O fim da aliança escancara a instabilidade e a desconfiança entre as facções, que desde 2016 vivem entre trégua e traição. A rivalidade já provocou massacres de proporções brutais — como o de Manaus, em 2017, que chocou o país com 56 mortos, muitos ligados ao PCC, massacrados por rivais da Família do Norte, então aliada ao CV.
Amazonas na linha de fogo
A ruptura reacende o medo no Norte do Brasil. O Amazonas, por sua localização estratégica nas rotas internacionais do tráfico, volta a ser alvo de disputa direta. Facções lutam por cada palmo de território, tanto dentro quanto fora das prisões. O clima nas ruas é de tensão, e o silêncio das autoridades estaduais sobre possíveis medidas de contenção só aumenta a sensação de abandono.
Analistas da segurança alertam: a qualquer momento, o estado pode voltar a viver cenas de horror, como decapitações, rebeliões, tiroteios em bairros periféricos e ataques coordenados.