Mais de 110 gestantes foram diagnosticadas com HIV no Acre em menos de cinco anos

Mais de 110 mulheres foram diagnosticadas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV) durante a gestação no Acre, em menos de cinco anos. Os dados são Núcleo Estadual das Infecções Sexualmente Transmissíveis do HIV, Hepatites Virais e Sífilis e correspondem ao período de 2019 até o dia 7 de dezembro de 2023.

Os casos representam cerca de 8,3% do total de diagnósticos da doença no mesmo período. Entre 2019 e 2023, segundo os dados da Saúde, 1.373 pessoas foram notificadas com HIV no Acre.

Do total de casos nos menos de cinco anos, 61 foram registrados em Rio Branco e 12 em Sena Madureira. Cerca de 92,9% das mulheres gestantes com HIV se identificam como pardas.

Os dados apontam ainda que entre 2019 e 2023 foram registrados dois casos de recém-nascidos com HIV, sendo um em 2021 em Sena Madureira e um este ano em Rio Branco.

“A gestante com HIV é encaminhada para a Policlínica do Tucumã, que é referência para gestação de alto risco. E como HIV é um agravo que torna a gestação de alto risco, então ela é acompanhada na Policlínica do Tucumã. E em relação à criança, quando nasce com o HIV, ela é acompanhada por infectologistas, que também acompanham a mãe. E o recém-nascido exposto ao HIV, ou seja, que é filho de mãe positivo para o HIV, ele é acompanhado também até os 18 meses para ver se ele não vai soroconverter para o HIV”, coordenador do núcleo, Jozadaque da Silva Beserra.

Entre 2018 e novembro deste ano, 99 pessoas com diagnóstico de HIV morreram no Acre.

Prevenção

 

Beserra informou que, atualmente, 1.909 pacientes recebem tratamento contra o HIV no Acre. Ele informou ainda que ao longo do mês de dezembro, que é conhecido como “Dezembro Vermelho”, são realizadas ações de conscientização e prevenção em todo o estado.

“A prevenção é a melhor arma, na verdade, contra qualquer tipo de agravo e não diferentemente em relação ao HIV. Ainda é melhor prevenido que tratado. Hoje no estado, o governo do Acre, não mede esforços em relação à expansão da prevenção. E hoje no Acre, já é possível a gente ter outras formas de prevenção quando a gente fala em relação ao HIV. Muita gente pensa que existe só o preservativo, as camisinhas, e de fato ela é o meio preventivo mais barato. Mas existem outras formas de prevenção que, quando combinados, protegem ainda mais esse paciente. Por exemplo, existe a PrEP e a PEP. Que são comprimidos, são antirretrovirais, que o paciente que não tem HIV mais que se expõe, ele toma para se proteger mais ainda do risco de contrair o HIV”, explicou Beserra.

O coordenador informou ainda que os pacientes podem receber acompanhamento trimestralmente, que é feito o monitoramento, testes rápidos, e entrega de medicamentos.

No caso de paciente que se expôs ao vírus, seja por uma relação sexual consensual com potencial risco de infecção, ou porque foi uma violência sexual, ou também para os profissionais de saúde ou para as pessoas que chegaram a ter contato com alguma agulha, existe a PEP, que é o uso de medicamento anti-HIV em caráter de urgência.

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