Nesta segunda-feira (21), os moradores de Rio Branco mais uma vez enfrentaram os reflexos da má gestão e da falta de preparo do poder público. As Estações de Tratamento de Água I e II (ETA 1 e ETA 2), operadas pelo Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb), estão funcionando com vazão abaixo da capacidade máxima, comprometendo o fornecimento de água em diversos bairros da capital.
Segundo o gerente de manutenção do Saerb, Éder Franco, o problema começou ainda durante o feriado, quando uma grande quantidade de balseiros desceu pelo rio e atrapalhou a captação na ETA 1. Durante a tentativa de retirada dos detritos, um tubo de PEAD (Polietileno de Alta Densidade) se rompeu, provocando a redução drástica da vazão.
“Estamos operando com apenas 280 litros por segundo na ETA 1, o que é muito abaixo do ideal. Já na ETA 2, onde geralmente temos 1.100 litros por segundo, hoje só conseguimos chegar a 980 devido à turbidez da água”, explicou Éder.
Mas enquanto o Saerb se esforça para justificar, quem sofre de verdade é a população. Dona Maria do Socorro, moradora do bairro Tancredo Neves, relata a dificuldade que enfrenta há dias. “É revoltante. Aqui em casa a água chega fraca, quando chega. A gente paga caro por um serviço que não tem. Cadê a responsabilidade da Prefeitura? Cadê o Saerb? É sempre a mesma desculpa: é tubo que quebrou, é turbidez… E a gente que se vire”, desabafa.
A situação evidencia o despreparo do município em lidar com situações previsíveis, como o aumento de balseiros no período chuvoso. Não é a primeira vez que a cidade sofre com a falta d’água, e, pelo visto, não será a última.
A população exige mais do que explicações técnicas. Queremos planejamento, investimentos e, acima de tudo, respeito. Não é possível que em pleno século XXI a capital do Acre ainda enfrente tantos problemas básicos no fornecimento de água potável.
É hora da Prefeitura de Rio Branco e do Saerb assumirem suas responsabilidades e oferecerem soluções definitivas. A população não pode mais ser penalizada pela incompetência de quem deveria garantir serviços essenciais.