No Acre, Famílias Despendem Mais com Energia e Gás do que com Alimentação

Um levantamento recente do Instituto Pólis trouxe à tona uma realidade alarmante: 36% das famílias brasileiras destinam mais da metade de seu orçamento mensal para pagar as contas de energia elétrica e gás de cozinha. A situação é ainda mais crítica nas regiões Norte e Nordeste, onde essas despesas ultrapassam os gastos com alimentação, comprometendo a segurança alimentar das famílias.

Os dados fazem parte do levantamento Justiça Energética, conduzido pelo Ipec – Inteligência em Pesquisa e Consultoria, e foram apresentados durante um seminário da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados. A representante do Instituto Pólis, Maria Gabriela Feitosa, destacou que a energia elétrica e o gás de cozinha são os itens que mais impactam o orçamento doméstico em comparação com outros itens básicos para a sobrevivência.

Consumo de Energia Elétrica em Alta

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) informou que o Brasil encerrou maio com um consumo de 70.207 megawatts médios, um aumento de 8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No mercado regulado, o consumo cresceu 12,3% devido ao clima quente. Já no ambiente livre, onde os consumidores negociam diretamente seus contratos, o aumento foi de 1,8% em relação a maio de 2023.

Impacto Regional

A análise da CCEE mostrou que todos os estados, exceto Rondônia e Rio Grande do Sul, registraram aumento no consumo de eletricidade em maio. Rondônia e Rio Grande do Sul apresentaram uma queda de 2,6%. Os estados com maior crescimento no consumo foram Mato Grosso do Sul (13,3%), Paraná (10,7%), São Paulo (10,3%) e Amazonas (8,9%).

Segurança Alimentar Comprometida

A pesquisa do Instituto Pólis evidencia uma questão crítica: os altos custos de energia e gás estão diretamente relacionados à insegurança alimentar nas regiões mais vulneráveis do país. As famílias que gastam uma parcela significativa de sua renda com essas despesas têm menos recursos disponíveis para comprar alimentos, o que pode levar a uma alimentação inadequada e problemas de saúde.

Propostas de Solução

Durante o seminário, foram discutidas possíveis soluções para mitigar esse problema, incluindo a necessidade de políticas públicas que subsidiem os custos de energia para famílias de baixa renda e iniciativas que promovam o uso de fontes de energia renovável mais acessíveis.

Em um cenário onde o custo de vida aumenta e os recursos são limitados, garantir o acesso a serviços essenciais como energia elétrica e gás de cozinha, sem comprometer a alimentação, é um desafio que exige atenção urgente das autoridades e da sociedade.

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