O caso da enfermeira Gessica Melo, atingida por dois disparos durante uma perseguição na BR-317, em Capixaba, no final do ano passado, ganhou novos contornos com a divulgação do laudo pericial da Polícia Civil. O documento revela que o carro em que Géssica dirigia foi atingido por 13 tiros, todos disparados de fora para dentro do veículo.
Segundo o laudo, “não foram constatados quaisquer mossamentos produzidos por projéteis de arma de fogo perpetrados a partir da região interna para a externa e tampouco constatada a existência de cápsulas de munição no interior do veículo”. Essas descobertas corroboram com a tese da defesa da família da enfermeira, que afirma que a arma foi plantada na cena do crime e que não houve confronto entre Géssica e a polícia.
“A perícia confirma que Gessica nem sequer tocou na arma. Foi plantada por um homem”, declara o advogado Alysson Silva, representante da família da enfermeira.
O Ministério Público do Acre (MPAC) também se pronunciou sobre o caso, afirmando que os policiais envolvidos na perseguição dispararam contra Gessica de dentro da viatura e, em seguida, forjaram um falso confronto. Os dois policiais acusados, que estão detidos, podem ser levados a Júri Popular se a Justiça aceitar a tese do MPAC.
O laudo pericial, de acordo com o Instituto Médico Legal (IML), é uma peça fundamental para garantir o estado democrático de direito, fornecendo provas irrefutáveis que guiarão as autoridades no desenrolar do caso. O Departamento de Polícia Técnica da Polícia Civil do Estado do Acre realizou um total de 14 laudos técnicos-científicos no caso, abrangendo diversas áreas, desde balística até exames cadavéricos.
Com os novos desdobramentos e evidências apresentadas, espera-se que a verdade sobre o ocorrido seja esclarecida e que a justiça seja feita para Gessica Melo e sua família. O desfecho desse caso continuará a ser acompanhado de perto pela sociedade acreana.