A Polícia Civil do Acre (PCAC), através da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Criança e Adolescente (DEMPCA) de Cruzeiro do Sul, finalizou o inquérito sobre uma tentativa de feminicídio ocorrida em 31 de julho de 2024. O suspeito, T.P.L., de 38 anos, foi preso preventivamente após as investigações confirmarem seu envolvimento no crime.
O caso, que causou grande comoção na comunidade, envolve a ex-companheira do suspeito, com quem ele havia terminado o relacionamento quase dois anos antes. Embora medidas protetivas tenham sido aplicadas anteriormente, elas já não estavam em vigor no momento do ataque. A vítima informou à polícia que, por temer pela própria segurança, havia trocado de número de telefone para evitar contato com o ex-companheiro, que continuava a persegui-la. No entanto, no dia do crime, T.P.L. descobriu o novo número e iniciou uma discussão com a vítima, acusando-a de estar acompanhada de outro homem durante as festividades da Expoacre Juruá.
A discussão escalou para um ataque violento. T.P.L. aguardou a vítima perto de sua casa e, ao vê-la voltar do trabalho com seus filhos, a abordou com uma faca. Sem testemunhas por perto e afastando uma das crianças, ele desferiu sete facadas na vítima, incluindo golpes que perfuraram o pulmão e atingiram o pescoço. A vítima caiu no chão, aparentemente sem vida, e o agressor fugiu.
Em um ato ainda mais cruel, T.P.L. roubou uma arma de fogo e retornou ao Hospital Regional por duas vezes, com a intenção de terminar o assassinato. No entanto, ele foi encontrado ferido em uma área de mata no dia seguinte, após ter sido torturado por membros de uma organização criminosa.
A Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão de T.P.L. no hospital, onde ele estava sendo tratado pelos ferimentos. O suspeito foi levado ao Instituto de Administração Penitenciária do Acre (IAPEN) e passou por audiência de custódia, na qual sua prisão foi mantida.
T.P.L. tem um extenso histórico criminal, incluindo crimes como furto, roubo, porte ilegal de arma de fogo, falso testemunho, ameaça, envolvimento com organização criminosa, tráfico de drogas e violência doméstica repetida contra a ex-companheira.
A investigação, que abrange os crimes de feminicídio, perseguição e injúria, foi encaminhada ao Poder Judiciário em 14 de agosto de 2024.
A conclusão do inquérito e a prisão de T.P.L. representam um importante passo na busca por justiça para a vítima e servem como um alerta sobre a seriedade da violência doméstica e do feminicídio. A Polícia Civil do Acre reafirma seu compromisso com a proteção das mulheres e o combate à violência de gênero.