Fabiano Azevedo do Site Amazônia Agora
A Polícia Civil do Acre (PCAC), por meio da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou na noite desta segunda-feira, 24, que a ossada encontrada em uma área de mata no conjunto habitacional Cidade do Povo, em Rio Branco, não pertence a um ser humano, mas sim a um animal, possivelmente um cachorro.
A suspeita inicial era de que os restos mortais poderiam ser de uma criança, o que gerou grande comoção na comunidade local. No entanto, após a análise da equipe do Instituto Médico Legal (IML), foi confirmado que os ossos encontrados pertenciam a um animal.
Boato teria motivado execução de mulher
Horas antes da confirmação oficial, um boato espalhado por moradores do conjunto habitacional via aplicativos de mensagens teria sido o estopim para um crime brutal.
Yara Paulino da Silva, de 27 anos, foi linchada por populares sob a acusação de ter matado sua própria filha, um bebê de apenas dois meses. Segundo relatos, a mulher foi submetida a um “tribunal do crime”, onde foi julgada e sentenciada por integrantes de uma facção criminosa que atuam na região. Yara foi agredida com golpes de ripa e machado até a morte.
A DHPP, junto à perícia técnico-científica e ao IML, esteve no local realizando as primeiras diligências. A investigação busca esclarecer se a suposta filha de Yara realmente existia e, caso confirmado, onde está a criança.
O delegado Leonardo Ribeiro alertou para a gravidade da disseminação de informações falsas. “Estamos diante de um crime bárbaro que pode ter sido motivado por um boato sem fundamento. A equipe da DHPP segue ouvindo testemunhas para esclarecer os fatos, localizar o suposto pai da criança e verificar se a vítima realmente tinha uma filha e qual o paradeiro dessa criança”, afirmou.
As investigações continuam e a Polícia Civil reforça a necessidade de cautela antes de compartilhar informações não verificadas, a fim de evitar tragédias como essa.