Queimadas no Acre podem afetar a economia e os recursos naturais, alerta especialista da Ufac

As queimadas no Acre devem ter um impacto negativo na economia do estado, resultando na diminuição de recursos naturais como açaí, buriti e madeira. Essa é a análise da professora doutora Sonaira Silva, da Universidade Federal do Acre (Ufac), campus Floresta, em Cruzeiro do Sul.

A especialista em queimadas e incêndios florestais informa que, das mais de 100 mil hectares consumidos pelo fogo no Acre neste ano, cerca de 5 mil hectares correspondem a floresta nativa, o que gera sérios danos ao bioma amazônico.

Segundo a pesquisadora, as florestas afetadas pelo fogo podem levar décadas para se regenerar e, mesmo após 15 a 20 anos, muitas delas não conseguem recuperar a quantidade de árvores, a biomassa e a diversidade de espécies.

“Neste ano, as queimadas têm afetado tanto áreas desmatadas quanto aquelas mais preservadas, como Pentecoste, Campinarana e a Serra do Divisor, que são regiões de alta biodiversidade. O ideal é evitar ao máximo a entrada do fogo nas florestas, pois o impacto é muito maior do que se imagina. Quando a floresta é atingida pelo fogo, isso também prejudica a economia local, diminuindo a disponibilidade de recursos como açaí, buriti e madeira”, afirmou.

Ela enfatiza a urgência de medidas para controlar as queimadas. “É um momento que exige atenção total. É crucial que as pessoas evitem usar fogo para limpeza de terrenos ou roçados, pois até mesmo uma pequena queimada pode sair do controle e causar danos irreversíveis. Mesmo em áreas onde houve chuva, o fogo ainda pode se espalhar. O vento leva a fumaça para dentro da cidade, tornando o ar mais poluído e perigoso para a saúde”, concluiu.

Sonaira Souza da Silva é coordenadora do programa de pós-graduação em Ciências Ambientais e do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGama) no campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. Ela é graduada em Engenharia Agronômica, possui mestrado em Produção Vegetal pela Ufac e doutorado em Ciências de Florestas Tropicais pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

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