Recentemente, uma operação conjunta entre o Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) e a Polícia Federal resultou no resgate de uma trabalhadora doméstica de 62 anos que estava vivendo em condições alarmantes de trabalho na zona oeste do município do Rio de Janeiro. A diligência foi autorizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1).
A mulher, que trabalhava na casa há 15 anos, viu sua autonomia ser completamente cerceada ao longo desse período. Ela cumpria uma jornada exaustiva de trabalho diário para a família, sem folgas, descanso semanal ou férias.
Além disso, estava isolada do mundo exterior, sem contato com pessoas fora do círculo familiar e social dos empregadores para quem trabalhava.
Embora tivesse registro na carteira de trabalho e seu salário fosse depositado em sua própria conta bancária, a trabalhadora não tinha controle sobre seus próprios ganhos.
A senha de acesso à conta era compartilhada com o patrão, o que evidencia a extrema dependência e submissão da trabalhadora.
Seu horário de trabalho, que se estendia das 6h às 21h todos os dias da semana, não permitia qualquer tipo de descanso ou tempo livre. Mesmo enfrentando sérios problemas de saúde nos últimos anos, ela não teve seu ritmo de trabalho alterado, mesmo após o empregador ter feito um pedido ao INSS, em nome dela, indicando a necessidade de afastamento do trabalho.