Rio Branco decreta emergência por conta de seca do Rio Acre


Rio Acre – 1,5 metro – Agosto de 2025
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Com o Rio Acre cada vez mais próximo da cota histórica registrada em setembro de 2024, o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, assinou o decreto que coloca a capital do Acre em situação de emergência por conta da seca do manancial. A sanção ocorreu na manhã desta quarta-feira (6), quando o rio marcou 1,51 metro.
O coordenador da Defesa Civil de Rio Branco, tenente-coronel Cláudio Falcão, explicou que o decreto assinado pelo prefeito dá liberdade para o pedido de socorro e de resposta.
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Ele ainda citou que a partir desse momento, a Defesa Civil pode tomar providências como recorrer a outras secretarias e pedir recursos ao governo federal de uma forma mais célere, diminuindo a burocracia.
“Então, é de extrema necessidade a assinatura do decreto, justamente para que a gente possa ter essa liberdade de ação. A Defesa Civil já vem trabalhando há dias, só que já extrapolou o nosso raio de ação e se a gente não agilizar, nós não conseguimos dar a resposta adequada para aquelas pessoas que estão passando por necessidade”, afirmou ele.
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Prefeito de Rio Branco assinou decreto de emergência por conta da seca na capital
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Durante a assinatura, Bocalom destacou que a população está entendendo a importância da prevenção, o que salienta a relevância do decreto assinado.
Ainda de acordo com o gestor, a iniciativa foi tomada para diminuir os prejuízos dos produtores e moradores da zona rural, porém não soube precisar qual valor será aplicado pela prefeitura.
“Valores a gente não tem exato ainda, porque vai depender do que vai acontecer pela frente. O que for necessário para poder diminuir os prejuízos, vamos continuar fazendo, porque já é o quinto ano que estamos fazendo isso, vai depender da necessidade”, disse.
Rio Acre – 1,5 metro – Agosto de 2025
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Falcão comentou também sobre a preocupação com o período de seca no início de agosto.
“Infelizmente, a probabilidade é que a situação em setembro e outubro se agrave ainda mais. Nós tivemos vários dias sem chuva. Desde o mês de maio, nós tivemos déficit hídrico, se estendendo em junho e de julho” informou.
Operação Estiagem iniciou em julho
Arquivo/Defesa Civil de Rio Branco
Comunidades rurais
Desde o início de julho, água em caminhões-pipas estão sendo distribuídas pelas equipes da Operação Estiagem da Defesa Civil para moradores de comunidades rurais. O coronel Falcão esclareceu que no momento são atendidas 42 comunidades e, com o decreto, a quantidade de pessoas atendidas irá aumentar.
“Nesse instante, a prefeitura, Defesa Civil e Secretaria de Agricultura atendem 42, então nós estamos em déficit e a partir de agora nós vamos ter essa condição de ampliar e de avaliar toda essa operação que tem crescido a cada ano”, citou.
Prefeito diz que abastecimento de água não deve ser interrompido
Marcos Araújo/Secom
Abastecimento de água
Em maio deste ano, por conta de problemas estruturais e instabilidade do solo, inclusive com erosão, o governo federal reconheceu a situação de emergência na Estação de Tratamento de Água (ETA) II de Rio Branco.
Durante a coletiva desta quarta, o prefeito disse que apesar dos problemas recorrentes nas estações de tratamentos, não acredita que a capital irá ficar sem água por conta da seca.
“Vamos ter muitos problemas na captação ali do Rio. Mas é possível a gente ir lá e fazer intervenções com máquinas, a drenagem de alguns locais, para as bombas poderem captar”, complementou.
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O pensamento também é compartilhado por Enoque Pereira, diretor-presidente do Serviço de Atendimento de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb).
“A gente não tem essa previsão de faltar água. No passado, [o Rio Acre] ficou em 1,23 metros, fizemos todo o controle para que não faltasse. Tivemos até que fazer uma mini barragem, mas não faltou água. Vamos ter que dragar, escavar, fazer uma mini barragem, mas não vai faltar água”, falou.
Enoque Pereira, diretor-presidente do Saerb em Rio Branco
Júnior Andrade/Rede Amazônica
Durante o mês de julho, a capital Rio Branco registrou apenas 8 milímetros de chuvas. Com a seca aumentando, o nível do Rio Acre está a apenas 28 centímetros do menor nível já registrado: 1,23 metro.
*Colaborou o repórter Júnior Andrade, da Rede Amazônica Acre.
VÍDEOS: g1

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