Tricolor marca nos primeiros minutos da partida contra o Atlético Nacional e para de jogar. Falta de ímpeto para fazer o segundo quase custa caro; vaga foi confirmada nas cobranças de pênaltis
O jogo de volta das oitavas de final da Conmebol Libertadores, na última terça-feira, começou como todo São Paulo sonhara: pressão, gol e vantagem. Após o empate em 0 a 0 na Colômbia, o Tricolor conseguiu, em apenas dois minutos, o que precisava no Morumbis para se classificar para as quartas de final. Depois, porém, parou de jogar.
Com o 1 a 0 no placar, graças ao gol marcado por André Silva, o São Paulo foi mal. A estratégia do técnico Hernán Crespo não deu certo no Morumbis. O Tricolor até criou outras chances depois de marcar, parecia ter o controle da partida… Mas durou pouco.
Com a vantagem, o São Paulo deveria tentar diminuir o ritmo do jogo, trocar passes no meio de campo e, sem pressa, tentar o segundo. O que o time comandado por Hernán Crespo tentou foi o oposto disso.
O jogo ficou ruim para o São Paulo, que até se defendeu bem, mas não conseguiu ficar com a bola para ter tranquilidade para construir jogadas, circular os lances. Cada vez que teve a posse, o Tricolor tentou ser rápido para surpreender o Atlético Nacional. E não conseguiu.
André Silva ficou muito isolado no ataque. Mesmo assim, lutou por lances complicados e fez bem o pivô quando exigido. Luciano, sua dupla, não teve a mesma sorte. Foi pouco acionado pelos companheiros e não se encontrou na partida.
O segundo tempo foi ainda pior. As substituições de Crespo não surtiram efeito. A entrada de Lucas no lugar de Rodriguinho fez o São Paulo perder o meio de campo, mesmo que com mais velocidade. Faltou conexão entre o sistema defensivo e o ataque para o Tricolor construir jogadas.

“Sentimento que jamais acabará”, diz frase atrás de Rafael no Morumbis — Foto: Marcos Ribolli
Para piorar ainda mais, o Atlético Nacional empatou num pênalti desnecessário cometido por Enzo Diaz. Morelos já estava marcado por Sabino, que vacilou e deu a oportunidade para o adversário girar. O lateral, então, abusou da vontade de desarmar o colombiano e cometeu a infração.
Os ares de drama tomaram conta do Morumbis. O clima de pressão sobre o Atlético Nacional já não era mais o mesmo. Ainda que com um a mais, por causa da expulsão de Cardona, o São Paulo até retomou o controle, mas não o suficiente para evitar os pênaltis.
O Atlético Nacional recuou, de maneira natural. O São Paulo chegou com Lucas, Luciano, Ferreira… Mas ainda sem força no meio de campo e jogadas pelos lados, muitas vezes sem sucesso.
O empate com ares dramáticos levou a disputa para os pênaltis. Das arquibancadas, a voz de cada um dos 57.461 torcedores empurrou os jogadores em campo. E Rafael brilhou, mais uma vez.
A defesa de um dos pênaltis desperdiçados pelo Atlético Nacional, somada à outra defesa de penalidade no jogo de ida, transforma Rafael no grande herói do São Paulo na ida para as quartas de final da Libertadores. Numa noite de futebol ruim, venceu quem foi mais eficiente nos momentos mais decisivos.
E quem tinha Rafael!