Da Redação do Site Amazônia Agora
Brasil registrou um aumento expressivo nos casos de violência contra a mulher em 2024, segundo o Mapa da Violência divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. O número de feminicídios atingiu o maior patamar da série histórica, com 1.459 casos registrados – uma média de quatro mulheres mortas por dia.
A Região Norte, onde está localizado o Acre, continua entre as mais afetadas. Apesar de o Acre não liderar os indicadores, os altos índices nos estados vizinhos reforçam a necessidade de vigilância e políticas públicas firmes na região.
Estupros batem recorde
Os casos de estupro também cresceram, totalizando 83.114 registros em 2024, o maior número dos últimos cinco anos. Cerca de 86% das vítimas são mulheres. Na comparação por população, os estados com as maiores taxas de estupro por 100 mil habitantes foram Rondônia (87,73), Roraima (84,68) e Amapá (81,96), todos na Região Norte, o que reforça o alerta para o contexto amazônico.
Assassinatos caem, mas feminicídios aumentam
Apesar do crescimento da violência contra a mulher, o número total de assassinatos no país caiu 5,5%. Foram 38.509 mortes em 2024, contra 40.768 no ano anterior. A queda foi impulsionada pela redução nos homicídios dolosos (-6,3%) e latrocínios (-1,6%). Já as lesões corporais seguidas de morte subiram 22,9%, o que levanta preocupações sobre a gravidade das agressões.
Apreensões e segurança
As apreensões de drogas aumentaram significativamente, com 1,4 mil toneladas de maconha e 137,3 toneladas de cocaína retiradas de circulação em 2024. O número de fuzis apreendidos saltou 43% em relação a 2023, mesmo com queda no total de armas confiscadas (-2,6%).
Esses dados, embora positivos no combate ao crime organizado, reforçam a urgência em políticas de prevenção à violência de gênero, sobretudo nas regiões mais vulneráveis — como a Região Norte, onde o Acre compartilha desafios estruturais semelhantes aos dos estados com os piores indicadores.