sábado, abril 27, 2024
Economia

CVM processa União por eleger rejeitados ao conselho da Petrobras

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) tornou réus a União Federal e dois dos nomes indicados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para compor o conselho de administração da Petrobras, que foram eleitos apesar de pareceres contrários.

Assim como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula desconsiderou a avaliação de comitês e do conselho da própria estatal que indicavam possíveis conflitos de interesse nas nomeações de Efrain Cruz e Pietro Mendes ao colegiado.

A eleição concluiu a renovação da administração da estatal, que passou a ter diretoria e conselho com representantes indicados pela gestão petista, facilitando mudanças estratégicas prometidas por Lula em sua campanha.

O governo elegeu seis membros, três deles com pareceres contrários. Cruz e Mendes, por terem funções no governo, e o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Sergio Machado Rezende por vedação a indicação de dirigentes partidários.

Representante da União na assembleia, o procurador Ivo Timbó, disse que o governo “não corrobora com manifestações de caráter meramente opinativo” dos órgãos de governança e que parecer do MME (Ministério de Minas e Energia) não encontrou vedações.

Defendeu ainda que o STF (Supremo Tribunal Federal) havia suspendido em liminar algumas vedações da Lei das Estatais e isso derrubaria também as vedações impostas pelo estatuto da companhia.

Em meio a protestos de minoritários, o presidente da assembleia, Francisco Costa e Silva lembrou que a CVM já havia emitido alerta sobre a eleição de candidatos considerados inelegíveis, afirmando que decisões nesse sentido poderiam ser consideradas abusivas.

“A responsabilidade pelo voto do acionista é do acionista”, afirmou Costa e Silva, que já presidiu a CVM e recomendou que investidores insatisfeitos recorressem a órgãos de controle.

Em junho, a União e dois ex-conselheiros da Petrobras sob Bolsonaro se tornaram réus na CVM pelo mesmo motivo. Na época em que foram eleitos para o conselho, Jônathas Assunção e Ricardo Soriano, ocupavam os cargos de secretário-executivo da Casa Civil e de procurador-geral da Fazenda Nacional.

Sobre eles, também pesavam pareceres contrários dos órgãos internos de governança, que também foram desconsiderados pelo governo com argumentos semelhantes aos usados por Lula.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *