sexta-feira, maio 17, 2024
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Acre apresenta aumento de síndromes gripais em dezembro e Saúde alerta para medidas que evitam contágio

Com a chegada das festas de fim de ano, com reuniões familiares e festas, são comuns as aglomerações. Essa palavra, temida durante o período mais grave da pandemia de Covid-19, voltou a ser comum em espaços públicos e particulares com o avanço dos índices de vacinação contra o coronavírus.

Porém, no último mês de 2023, a atenção com eventos de grande público e protocolos de saúde volta à pauta, com um alerta da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) para o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Em dezembro, conforme boletim epidemiológico, baseado em dados de unidades sentinelas, até a semana do dia 4 ao dia 10, o estado teve crescimento de infecções respiratórias em relação à semana anterior, de 27 de novembro a 3 de dezembro, o que coloca o estado em tendência de crescimento a longo prazo.

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O boletim aponta ainda que, no acumulado do ano até a última semana que consta na análise, registrou aumento na comparação com o mesmo período no ano passado. Da semana 1 à semana 49 em 2023, o Acre acumula 27.613 casos de SRAGs, enquanto o mesmo recorte em 2022 tinha 23.963 casos.

Ainda segundo o levantamento, a maioria dos casos registrados no ano, são causados pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR).

Edvan Meneses, chefe da Vigilância em Saúde da Sesacre, reconhece a curva ascendente de infecções neste fim de ano, e afirma que já há um plano sendo desempenhado para amenizar o quadro. Meneses reforça que é preciso resgatar medidas como a utilização de máscaras, que permite quebrar a cadeia de infecções, e a vacinação, que segue disponível nas unidades de saúde.

“A gente fortalece a recomendação do uso de máscara para quem tem sinais e sintomas gripais e o grande objetivo disso é a quebra da cadeia de transmissão. Também fortalecemos nesse momento a vacinação, que é extremamente importante. Temos a vacinação para o vírus da Covid-19 e Influenza que são vírus que causam a síndrome respiratória aguda grave, SRAG, ou pneumonia, como muitas pessoas chamam. Então, a vacinação leva para as pessoas uma imunidade que vai fazer com que em sua grande maioria as pessoas não evoluam para esse quadro de gravidade maior”, ressalta.

 

O boletim ressalta que as notificações de SRAG no Acre estavam em queda desde a semana epidemiológica 27, e se mantinham em estabilidade até a semana 48. Porém, “o ano de 2023, ano atípico em relação a alterações climáticas, fator que favorece ao aumento das SRAG, com isso o número de notificações apresentam maiores que 2022 e compatíveis aos anos pandêmicos 2020 e 2021”.

Com isso, a publicação recomenda as seguintes medidas:

  • Utilizar, por parte da assistência, o Protocolo de Tratamento de Influenza 2023;
  • Continuar com as medidas de distanciamento social, uso de máscaras nas unidades de saúde e ambientes fechados;
  • Recomendamos aos profissionais e aos usuários do sistema o uso de máscara nas unidades de saúde;
  • Lavagens de mãos com utilização de água e sabão ou álcool gel;
  • Limitar o contato com pessoas infectadas.
  • Uso de máscara por pessoas com sintomas gripais.
  • Analisar os presentes dados em conjunto com a taxa de ocupação de leitos;
  • Estruturar a rede de Assistência e Atenção Primária com recursos humanos capacitados, insumos, medicamentos e equipamentos necessários, mediante monitoramento com percepção de aumento de casos;
  • Divulgar, através de Educação em Saúde, as medidas de prevenção e controle das Doenças Respiratórias;
  • Orientar cuidados básicos com as crianças e incentivar os pais a procurarem os serviços de saúde da Atenção Básica no início dos sintomas de síndrome gripal;
  • Manter a vacinação em dia, sobretudo em menores de 5 anos, pessoas acima de 60 anos, bem como de pacientes imunodeprimidos.
  • Orientar o afastamento temporário (trabalho, escola, creche e etc.) até 24 horas após cessar a febre

 

O chefe da vigilância destaca ainda o trabalho em conjunto com os municípios no desempenho das ações que visam controlar o contágio. Ainda conforme Meneses, as unidades de saúde estão sendo preparadas para receber os pacientes com sintomas gripais.

“Fortalecendo o atendimento na porta de entrada com uma adequada classificação de risco, exames, como o painel viral que nós fazemos hoje para descobrir qual vírus está causando essas síndromes gripais na nossa população e também fortalecendo os nossos profissionais com capacitações, que nós estamos fazendo recorrentemente essas capacitações e a medicação que está sendo disponibilizada para a nossa população também nas unidades de saúde e se o paciente foi internado nas nossas upas e unidades de alta complexidade como o pronto-socorro”, lista.

Emergência por conta de casos

 

Em junho, o governo do Acre decretou emergência em decorrência de surto de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). No documento publicado no Diário Oficial do Estado, o governador Gladson Cameli enumerou que tomou a decisão baseado em casos graves, que são submetidos à internação na UTI.

“Causando superlotação e fila de espera por leitos; considerando que o referido documento noticia baixas coberturas vacinais em crianças, tanto da vacina contra influenza quanto da vacina contra COVID-19. Considerando, por fim, a necessidade de que os órgãos e entidades competentes adotem, em caráter emergencial, todas as providências administrativas necessárias à ampliação da cobertura assistencial no âmbito da saúde pública estadual”, destacou.

O documento diz ainda que a declaração de emergência é por conta da situação anormal “caracterizada como situação de emergência, em razão da superlotação das unidades estaduais de saúde causada pelo surto de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, fenômeno classificado e codificado como desastre natural biológico – epidemias – doenças infecciosas virais. A Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) coordenará a atuação específica dos órgãos e entidades competentes para o enfrentamento à situação de emergência tratada neste decreto.”

O decreto autoriza a adoção de medidas administrativas urgentes que se mostrem necessárias ao restabelecimento da situação de normalidade. “Fica a Secretaria de Estado de Saúde autorizada a editar atos complementares necessários à execução de medidas administrativas urgentes para o enfrentamento à situação de emergência tratada neste decreto.”

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